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Estradas nacionais da Beira Baixa apresentam mais acidentes

O balanço da sinistralidade nas estradas nacionais que atravessam os distritos de Portalegre, Castelo Branco e Guarda revela um aumento do número de acidentes desde o início do ano. As más condições de várias vias, associadas ao excesso de velocidade e ao consumo de álcool, têm sido apontadas como as principais causas dos sinistros.

Acidentes aumentam nas vias do interior

Segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), entre Janeiro e Agosto registaram-se 742 acidentes nas principais artérias destes três distritos, resultando em 18 mortos e 156 feridos graves. Só no distrito de Castelo Branco ocorreram 324 acidentes, seguido pela Guarda com 256 e Portalegre com 162.

As estradas mais problemáticas continuam a ser a Nacional 2, que atravessa de Norte a Sul vários concelhos do interior, e a Nacional 18, que liga Castelo Branco à Covilhã. Em ambos os casos, curvas fechadas, piso degradado e deficiente iluminação são factores críticos. Também a Nacional 23, entre Abrantes e a fronteira espanhola, está sinalizada pelas autoridades como uma das vias mais perigosas da região.

Principais causas identificadas

Os relatórios policiais destacam três factores como determinantes: excesso de velocidade, condução sob efeito de álcool e fadiga dos condutores. Em conjunto, estes elementos estão presentes em mais de metade dos acidentes registados. A GNR confirma ainda que em vários troços os limites de velocidade não são respeitados e a sinalização encontra-se deteriorada ou insuficiente.

As condições climatéricas, sobretudo no Inverno, agravam os riscos. Nevoeiros cerrados e geadas frequentes em zonas de altitude, como na Serra da Estrela e em Trancoso, dificultam a visibilidade e aumentam o perigo de despistes.

Multas e penas aplicadas

No mesmo período, as forças de segurança aplicaram 4 200 coimas por excesso de velocidade e 1 360 multas relacionadas com condução sob efeito de álcool. A lei portuguesa prevê penas de prisão até dois anos ou multa até 240 dias para quem conduzir com uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 gramas por litro.

Apesar disso, os tribunais continuam a suspender muitas das penas, substituindo-as por trabalho comunitário ou suspensão da carta de condução. Em 2024, 62 condutores foram inibidos de conduzir nos três distritos devido à reincidência em infracções graves.

Investimento e soluções

O Governo anunciou recentemente um plano de investimento de 45 milhões de euros para requalificação de estradas nacionais no interior, prevendo obras de repavimentação, reforço de sinalização e instalação de radares de controlo de velocidade. A Infraestruturas de Portugal confirmou que as intervenções começarão ainda no último trimestre do ano em troços da Nacional 18 e da Nacional 23.

Para a Associação de Cidadãos pela Segurança Rodoviária, estas medidas «são positivas, mas insuficientes». O presidente da entidade, Manuel Rodrigues, defende que «é preciso acelerar a substituição da sinalização, reforçar a fiscalização e apostar na sensibilização dos condutores para que os números da sinistralidade deixem de penalizar o interior do País».

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