O presidente do Chega, André Ventura, não participou hoje na primeira iniciativa oficial da campanha para as eleições autárquicas de 12 de Outubro, em Sintra, onde a sua presença era esperada numa arruada
A ausência, justificada pela assessoria com um «imprevisto» não detalhado, marcou o início do período oficial de campanha. A acção de rua em Colares decorreu com a presença da candidata à presidência da Câmara de Sintra, Rita Matias, acompanhada pelo líder parlamentar do partido, Pedro Pinto.
Assessoria fala em «tarefas fundamentais»
De acordo com Rita Matias, também deputada e vice-presidente da bancada, André Ventura «está hoje a desenvolver um conjunto de acções fundamentais» e só partilhará detalhes «se for do seu entender». A dirigente sublinhou que o Chega «não é um partido de um homem só», embora tenha reconhecido que o líder «está no coração de todos os militantes e simpatizantes».
O presidente do partido também não esteve presente na sessão plenária desta manhã na Assembleia da República, reforçando a estranheza em torno do seu afastamento neste primeiro dia de campanha.
Campanha segue sem Ventura em Lisboa
A assessoria do Chega confirmou ainda que Ventura não participará na acção prevista para quarta-feira de manhã, em Lisboa, mantendo a liderança do terreno entregue a outros quadros do partido.
Apesar da ausência do presidente, Rita Matias assegurou que a candidatura a Sintra está focada num «resultado estrondoso» e na conquista da autarquia, sublinhando que considera «um privilégio e um serviço ao partido» poder ser uma das primeiras autarcas do Chega.
Sintra como «tubo de ensaio»
Para a candidata, Sintra será «um tubo de ensaio» do que poderá ser «um governo do Chega», frisando que quer romper com o que descreveu como «imobilismo» do concelho. Recordou que o partido foi o mais votado em Sintra nas últimas legislativas, em Maio, o que aumenta a responsabilidade.
«Sintra estagnou nos últimos anos e, ao contrário dos concelhos vizinhos, perdeu oportunidades de desenvolvimento», afirmou Rita Matias, acrescentando que o objectivo passa por «retirar Sintra do imobilismo».
Sete candidaturas em disputa
Além de Rita Matias, a corrida à presidência da Câmara de Sintra conta com Ana Mendes Godinho (PS/Livre), Marco Almeida (PSD, IL e PAN), Maurício Rodrigues (CDS-PP, PPM e ADN), Pedro Ventura (CDU), Tânia Russo (BE) e Júlio Gourgel Ferreira (Nova Direita).
O actual executivo municipal é liderado por Basílio Horta (PS), impedido de se recandidatar devido ao limite de mandatos, e composto por cinco vereadores socialistas, três sociais-democratas, um do CDS-PP, um da CDU e um independente, antigo eleito pelo Chega.
O período oficial de campanha eleitoral decorre até dia 10 de Outubro, com as eleições marcadas para 12 do mesmo mês.