O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, elogiou esta quinta-feira as forças navais do país pela interceção de uma flotilha internacional que se dirigia à Faixa de Gaza. Em comunicado, o chefe de governo afirmou que a operação “repeliu uma campanha de deslegitimação” contra Israel e garantiu que foi conduzida “da forma mais profissional e eficiente” durante o feriado judaico do Yom Kippur

Segundo as autoridades israelitas, a Marinha intercetou a maioria das embarcações entre a noite de quarta-feira e a manhã de hoje, detendo 443 pessoas, incluindo quatro cidadãos portugueses. Todos foram transportados para o porto de Ashdod e deverão ser transferidos para uma prisão em Bersheba. O governo israelita anunciou ainda a intenção de deportar os ativistas em dois voos fretados, com destino a Londres e Madrid, após o fim das celebrações religiosas.
Governos e organismos internacionais condenaram a operação, enquanto manifestações espontâneas surgiram em várias cidades no estrangeiro. Israel acusa o movimento palestiniano Hamas de estar por trás da organização da flotilha, batizada de Global Sumud, e afirma que a ação tentou romper o bloqueio naval à Faixa de Gaza. “Nenhum dos iates provocadores conseguiu entrar numa zona de combate ativa ou romper o bloqueio naval legal”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, acrescentando que “todos os passageiros estão seguros e de boa saúde”.
Em Lisboa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confirmou que a embaixadora portuguesa em Telavive e o cônsul visitarão os cidadãos portugueses detidos já nesta sexta-feira. O chefe de Estado explicou que os ativistas terão de escolher entre assinar um documento autorizando a saída voluntária de Israel — situação em que o Estado israelita cobre os custos da viagem — ou recusar e submeter-se a um processo judicial, arcando com as despesas do regresso.
Marcelo admitiu não ter ainda informações sobre o estado de saúde dos portugueses e destacou que a visita diplomática ocorrerá no “intervalo entre o feriado e o período religioso” em Israel, permitindo “esclarecer a situação administrativa e consular”.