O “Congresso Internacional de Gestão Humanizada”, entre os dias 25 e 26 de setembro, na Covilhã, confirmou a internacionalização do evento, além de sublinhar a relevância da região Centro de Portugal como espaço de debate sobre os grandes desafios da gestão contemporânea. O Anfiteatro das Sessões Solenes da UBI acolheu o congresso, que reuniu académicos, gestores e especialistas de referência provenientes de diferentes países de língua portuguesa. Ao longo de dois dias, os debates incidiram sobre liderança ética, inovação, saúde mental e práticas de gestão humanizada, sublinhando a pertinência destes temas no atual contexto empresarial global.
O encontro foi promovido pela ID Singular, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), ambas com sede no Brasil, e com a Universidade da Beira Interior (UBI), instituição anfitriã do evento. A realização do encontro no Interior de Portugal foi apontada como um sinal de valorização da região e de projeção internacional do conhecimento produzido fora dos grandes centros urbanos. O congresso contou com a presença de oradores de renome de Portugal, Brasil e outros países lusófonos, cujo contributo consolidou a dimensão internacional e multidisciplinar da iniciativa. Com entrada gratuita, o congresso destacou-se ainda pelo objetivo de aproximar a academia e o tecido empresarial, promovendo a troca de experiências e a construção de novas redes de cooperação no espaço lusófono.
“futuro mais humano, mais Inclusivo”
Para Yuri Costa, CEO da ID Singular, estar em Portugal revelou-se uma grande oportunidade para a empresa e para o público interessado.
“A realização do congresso é a realização de um grande sonho, pois nasce com a missão de se tornar um ponto de encontro, um ponto de conexão e um ponto de ressonância das práticas de gestão humanizada. Tivemos a oportunidade de trazer para a Europa, através da Covilhã, a possibilidade de expandir essa atenção à gestão humanizada no mundo. Nos dois dias de evento foi possível trazer palestrantes de renome que já praticam os diversos pilares da gestão humanizada nas suas unidades, nas suas falas, na academia. Temos agora a possibilidade de realizar novas edições do congresso e levar cada vez mais esses princípios da gestão humanizada para as organizações do mundo inteiro”, afirmou.
Na opinião de Ana Paula Coelho Duarte, Reitora da Universidade da Beira Interior (UBI), os temas tratados no congresso são “importantes”. Durante o seu discurso na abertura do evento, esta responsável citou ser necessário “refletir o futuro organizacional” que “privilegie o lado humano, a interligação de talentos”, além de “promover boas práticas”, com o objetivo de alcançar “a felicidade organizacional e um futuro mais humano, mais Inclusivo”, bem como “investir no conhecimento e na cooperação internacional”.
Também presente na cerimónia de abertura, em representação da Câmara Municipal da Covilhã, Cristina Maximino recordou que “trabalhamos todos os dias com as pessoas” e que o congresso é capaz de empoderar as organizações”. Maximino sublinhou que “atrás das máquinas estão as pessoas”.
“aprender ou reaprender a pensar a condição humana”
Por seu turno, Fabrício Rocha, diretor de expansão da ID Singular, acredita que iniciativas como esta podem proporcionar mudanças no pensamento das empresas.
“O evento na Covilhã foi extremamente frutífero, pois abriu as portas para expedirmos as nossas ações na Europa. Foi possível mostramos o nosso trabalho, fomos muito bem acolhidos e criamos uma conexão muito grande com inúmeras empresas e pessoas que realmente têm a agregar com a evolução do ser humano, principalmente a expansão de uma ideia como uma gestão cada vez mais humanizada. Sair desse momento tão automático que as pessoas estão a viver para voltar às relações humanas como a base de todo o trabalho empresarial”, frisou.
“Estar na Comissão Organizadora dessa terceira edição do Congresso Internacional de Gestão Humanizada tem um valor diferenciado. Porque quando nos reunimos em torno de um problema, como produzir uma gestão mais humanizada para o meio universitário, no caso a Pró-Reitoria de Extensão da PUC Minas, nós terminamos por expandir essa discussão com a sociedade brasileira e também agora com a sociedade portuguesa. A nossa intenção, enquanto comissão organizadora de um evento como este, é que possamos aprender ou reaprender a pensar a condição humana no momento em que estamos a fazer a gestão. Não esquecer da nossa condição humana que está relacionada às nossas condições de saúde mental, à nossa capacidade de fazer conexão, à nossa criatividade, às premissas da comunicação, da interação intercultural. Tudo isto faz parte de um grande aprendizado que ainda não está pronto, pois está em construção. Tenho a certeza de que, a partir daqui, estaremos num novo patamar para as próximas edições”, declarou Carolina Resende, representante da PUC Minas.
“O congresso tem o desejo de levar para o mundo aquilo que nasceu no Interior de Minas Gerais, no Brasil, há muitos, que era integrar o ser humano com performance e resultado, criar alternativas para que as pessoas não precisassem adoecer para terem bons números, boas metas e ousarem realizar os seus sonhos. O Brasil ficou pequeno, porque o nosso desejo de expandir fronteiras era grande. Escolhemos o Interior de Portugal porque é uma cidade que tem uma qualidade de inovação, de tecnologia, de pessoas, de uma cultura acolhedora, fabulosa, então, decidimos valorizar o pequeno, que é de onde viemos. É um pouco também de leitura do passado, nós não nascemos nos grandes centros”, finalizou Vanessa Alcici, conselheira de administração da ID Singular.
Segundo apurámos, a entidade prepara agora novas agendas, tendo Portugal como ponte de partida no cenário internacional.
