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Manifestantes pró-palestina ‘estragam’ debate entre candidatos a Lisboa

Nove candidatos à Câmara de Lisboa estiveram esta quinta-feira em debate na RTP1 e RTP3. A Habitação, Mobilidade, Higiene urbana e Segurança, além do elevador da Glória, foram alguns dos temas a dividir os candidatos à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, que sustentaram que a verdadeira sondagem vai ter lugar a 12 de outubro, dia das eleições autárquicas. No entanto, a noite ficou marcada com a presença de mais de 100 pessoas que marcaram presença na manifestação pela Palestina em frente à Embaixada de Israel, em Lisboa, e que transferiram o protesto para o Museu MUDE, onde decorria o debate entre os candidatos à Câmara de Lisboa.

Carlos Moedas, atual presidente da câmara e recandidato pela coligação “Por ti, Lisboa” (PSD, CDS-PP e IL), e Alexandra Leitão, candidata pela coligação “Viver Lisboa” (PS, Livre, BE e PAN), concordaram apenas numa coisa ao longo do debate de duas horas: não comentar sondagens. Mas no final do debate, que demorou duas horas, uma suspresa aguarda os nove candidatos à Câmara de Lisboa, que foram impedidos de abandonar o edifício onde decorreu o debate promovido pela RTP, devido à presença no exterior de dezenas de manifestantes pró-Palestina

Por volta das 00:20, os manifestantes bloquearam o carro da candidata à Câmara de Lisboa pelo Partido Socialista, Alexandra Leitão, que foi obrigada a regressar ao Museu de Design de Lisboa (Mude).

A socialista desvalorizou o incidente em declarações à RTP. Esta estação transmitiu imagens do interior do museu, onde os candidatos conversavam em pequenos grupos.

Os protestantes gritavam mensagens como “Palestina Livre” e gritaram palavras de ordem contra o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas. Os manifestantes ‘bateram’ tambores e os protestos ouvem-se no debate dos nove candidatos à Câmara Municipal de Lisboa.

Sondagens

A pontuar o debate, que teve lugar no MUDE – Museu do Design e que abriu com a discussão da sondagem da Universidade Católica, os nove candidatos à presidência da Câmara Municipal de Lisboa sustentaram que a verdadeira sondagem vai ter lugar a 12 de outubro, dia das eleições autárquicas.

A sondagem da Universidade Católica para RTP, Antena 1 e Público aponta para um empate técnico. O confronto de posições, ao longo do debate, passou pelos temas da habitação, da higiene urbana, dos transportes e da segurança na capital.Alexandra Leitão não quer relacionar a tragédia do elevador da Glória com as intenções de voto, mas Carlos Moedas reconhece que pode ter impacto.

A candidata socialista, Alexandra Leitão, deixou aos eleitores a decisão sobre se desejam “mais quatro anos de uma cidade mais descuidada, mais degradada, mais suja, com habitação mais cara, com trânsito mais caótico, com menos iluminação pública”.

Por sua vez, Carlos Moedas quis defender que “a escolha” é entre a obra dos últimos quatro anos, que considera estar “a meio”, e uma coligação eleitoral que levará “o Bloco de Esquerda para dentro do executivo”.

O dia 3 de setembro, marcado pelo trágico acidente com o histórico ascensor da Glória, parece ter um impacto limitado quer nas intenções de voto para as eleições autárquicas em Lisboa quer na avaliação dos principais protagonistas. Carlos Moedas tem uma desvalorização na avaliação feita pelos eleitores em algumas características, como a honestidade ou a simpatia, mas há notícias que não são negativas para o autarca: um terço considera que a sua atuação foi “nem boa nem má” e outro terço considera que esteve “bem” ou “muito bem”.

João Ferreira, da CDU, procurou descartar “a chantagem” de um voto útil que visa conduzir o eleitorado “para o menor de dois males”, para acrescentar que a sua é “a equipa mais experimentada das que se apresentam às eleições”.

Pelo Chega, Bruno Mascarenhas insistiu na carga contra “o sistema” e propôs-se fazer de Lisboa uma cidade “alternativa” e de “rutura completa”.

Carlos Moedas, que arrancou o debate entre os nove candidatos à Câmara de Lisboa, questionado sobre a penalização da tragédia no elevador da Glória na sondagem da Católica, o atual presidente da Câmara afirma que “ninguém ficou igual depois da tragédia no elevador da Glória”.

A líder da Coligação “Viver Lisboa” (PS, Livre, BE, PAN), Alexandra Leitão, desvalorizou a ligeira vantagem apontada na sondagem da Católica para a RTP, Antena 1 e Público.

O candidato da CDU, João Ferreira, declarou que as sondagens têm mudado num sentido positivo. Questionado sobre o eventual arrependimento por não integrar a coligação de esquerda, Ferreira considerou que a CDU tem uma visão para a cidade, com “a equipa mais experimentada” que vai a eleições.

Sobre a hipótese de eleger dois vereadores, o candidato do Chega destacou o apoio dos portugueses nas ruas e afirma que pretende discutir “proposta a proposta” tudo o que é bom para a cidade”.

Tomaz Dentinho, candidato do PPM/PTP, admite que o seu partido está “muito longe” de conseguir eleger um vereador apesar de considerar que esse é o seu objetivo mínimo.

Já Adelaide Ferreira do ADN, que quer ser “a voz do povo”, lamenta que alguns lisboetas tenham de “viver em parques de campismo”, lembrando que “as ideologias que têm sido seguidas” não melhoraram a vida dos lisboetas.

A candidata da Nova Direita, Ossanda Liber, confessou que está motivada para representar os lisboetas e tem como objectivo renovar a política. Ossanda acusoi PS e PSD de incompetência.

Luís Mendes quer uma cidade para os lisboetas. O candidato do RIR quer governar a cidade como uma “grande capital urbana”, para os que lá vivem.

Habitação

No domínio da habitação, Moedas reivindicou a entrega de 2.881 chaves, ao passo que Alexandra Leitão acusou o atual presidente da Câmara de “misturar chaves com casas novas”.

A líder da Coligação “Viver Lisboa” (PS, Livre, BE, PAN) defende que é necessário fazer um grande programa de requalificação dos bairros sociais que “a Câmara deixou ao abandono”. Sobre a mobilidade, Alexandra Leitão defende um investimento nos transportes públicos, nomeadamente através do aumento de faixas bus e de horários alargados.

“Toda a freguesia de Marvila está ao abandono, bairros municipais como a Cruz Vermelho no Lumiar, como a Orta Nova em Carnide, que a Câmara deixou ao abandono”, afirmou.

João Ferreira defendeu, por seu turno, “urbanismo com dimensão ética, social, ecológica” e “via verde para a produção de habitação fora da lógica especulativa”.

A aliança entre PPM e PTP e o ADN defenderam, como a CDU, um agravamento do IMI para as 48 mil casas devolutas da cidade.

“As casas são dos lisboetas, não são dos partidos”, lembrou Carlos Moedas que diz ter investido mais do que “nos últimos 30 anos”.

Por seu turno, João Ferreira recorda que é importante construir casas “fora de uma lógica especulativa”. O candidato da CDU lembra que há 48 mil casas vazias, o que é um problema deste mandato e do anterior.

Em resposta, Bruno Mascarenhas acusou o PCP de ter no programa eleitoral uma proposta que impõe a “posse administrativa ao fim de um ano”. O candidato do Chega entende que “é uma proposta vergonhosa”.

Para o candidato do Volt é importante mais construção de habitação pública e barragem do alojamento local e turístico. José Almeida defende que a Câmara de Lisboa deve posicionar-se na construção de habitação. O candidato do Volt destaca que “habitação pública aqui não é habitação pública social é habitação social pública pura e dura para qualquer estrato social que deseje ter uma habitação ou arrendar uma habitação a um preço acessível”. José Almeida defende também a barragem de alojamento local e turístico.

“Temos de ir buscar o dinheiro a algum lado”, afirma, por seu turno, Adelaide Ferreira que quer terrenos do aeroporto para habitação. A candidata do ADN quer recuperar os que foram obrigados a sair da cidade. “Lisboa deve ser para os lisboetas e não para “fundos imobiliários”.

Tomaz Dentinho considera que na questão da habitação é necessário exigir mais da autarquia. O candidato do PPM/PTP acredita que o problema da falta de casas pode ser ultrapassado com a criação de um mercado municipal.

Numa “pequena observação” a candidata da Nova Direita denuncia a tentativa de partidos de direita e esquerda de “pôr a mão na propriedade privada”. Ossanda Líber promete proteger e reverter “por humanidade e justiça” a expropriação pela autarquia para a construção de uma mesquita, apontando o dedo ao Partido Socialista de Alexandra Leitão.

Segurança

Chega, a Nova Direita e o ADN traçam o retrato de uma capital insegura. Ao que Carlos Moedas responde com a ideia de uma cidade que “é segura”, embora reconheça que “alguns crimes aumentaram”, para o que prescreve mais agentes da PSP e da Polícia Municipal.

Questionado sobre a questão da segurança na capital, o atual presidente da Câmara afirma que Lisboa “é uma cidade segura” mas ressalva que “há crimes que aumentaram muito nos últimos tempos”, como crimes de violações que aumentaram 12%”, afirmou o autarca, citando números do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI). Carlos Moedas defendeu a necessidade de maior segurança em Lisboa. O autarca referiu ainda o aumento de crimes de violência doméstica.

Já o candidato do Chega acusa “os partidos do sistema”, nomeadamente PS e PSD, de terem permitido uma invasão de imigrantes na cidade de Lisboa. Bruno Mascarenhas considera que o problema de insegurança se deve à imigração desregulada, sobrelotação de casas, ruídos, máfias que se instalaram na cidade.

Para a candidata socialista, “Carlos Moedas tem uma obsessão com o Bloco de esquerda” e garante que não coloca “uns contra os outros”. Quanto á segurança Alexandra Leitão entende que é “preciso aumentar o número de agentes da polícia municipal, instalar câmaras, apostar em iluminação pública e fiscalização da vida nocturna”.

Ossanda Líber não acredita que Carlos Moedas mude alguma coisa relativamente á segurança. A candidata da Nova Direita garante que não vai esperar pelo Primeiro Ministro para resolver os problemas e promete “investigar as lojas de fachada que escondem redes de criminalidade”.

O candidato do Volt considera que a dependência da Polícia de Segurança Pública (PSP) “não faz sentido nenhum” e defende a autonomização da Polícia Municipal em Lisboa. Segundo José Almeida, esta medida “resolveria a possibilidade de ter mais efetivos” na Policia Municipal. O candidato do Volt defendeu ainda a descentralização do serviço para diminuir o tempo de resposta.

Sobre a segurança o candidato do partido RIR defende o reforço de homens para a Polícia Municipal, através de apoios à habitação, a capacitação da Proteção Civil e a implementação de videovigilância em toda a cidade. Luís Mendes aproveitou a oportunidade para defender a sua proposta “Lisboa Justa”, que consiste na criação de um lar em cada Junta de Freguesia para evitar que os idosos se tenham que deslocar da sua área de residência.

O candidato do PPM/PTP, Tomaz Dentinho, considera que o desafio que Portugal enfrenta atualmente é integrar os seus imigrantes. Sobre a questão da insegurança, defende que é necessário “estancar a causa” da criminalidade que considerou serem os bairros sociais, uma vez que “criam isolamento” e “aumentam o crime”.

Ossanda Liber, pela Nova Direita, prometeu “sangue novo, novas ideias, sem vícios, sem esquemas” e Adelaide Ferreira, pelo ADN, prometeu “dar voz” aos habitantes da cidade.

Higiene urbana

A higiene urbana foi o primeiro tema em debate e logo os nove se dividiram entre descentralizar ainda mais as competências para as juntas de freguesia ou voltar a centralizá-las, como defende Moedas, mas também João Ferreira, que defende uma entidade única, e Adelaide Ferreira (ADN).

A lider da Coligação “Viver Lisboa” (PS, Livre, BE, PAN) aponta a higiene como um dos grandes problemas da cidade de Lisboa. Alexandra Leitão considera que a culpa é da “má gestão” do atual presidente e defende “a descentralização é uma decisão certa”.

O atual presidente da Câmara de Lisboa afirma, por seu lado, que “não foi possível fazer mais” pela higiene da capital devido ao facto de ter governado em minoria.

O candidato do Chega acusou Carlos Moedas de “má gestão” na higiene urbana. Bruno Mascarenhas considera que a centralização da higiente é uma “medida peregrina”.

A propósito da higiene urbana o candidato da CDU defende que a “Câmara deve recuperar uma capacidade intervenção articulada”. João Ferreira observa que Carlos Moedas não apresentou nenhuma proposta relativa à recolha de lixo e acusa o atual presidente de fazer “chantagem orçamental”.

Ossanda Líber promete criar um grupo de trabalho para comandar as operações de higiene urbana. A candidata da Nova Direita insiste nas casas de banho públicas.

Tomaz Dentinho, candidato do PPM/PTP, recusa acusar “uns e outros” e opta por sublinhar a importância de sensibilizar para o problema sério que a cidade tem de enfrentar relativamente ao lixo.

Transportes

No concernante aos transportes, a CDU quer duplicar investimento na Carris em quatro anos. O candidato da CDU considera que o investimento feito na Carris é “muito baixo” e “insuficiente”para a sua missão. João Ferreira acredita que é possível duplicar o investimento feito nos próximos quatro anos.

O Chega, pela voz de Bruno Mascarenhas aponta o dedo ao candidato do PSD/CDS/IL relativamente às ciclovias e espera que seja feito um levantamento sobre a necessidade de autocarros na capital. O candidato do Chega sublinha ainda que o contrato de concessão do Metro de Lisboa deve ser analisado tendo em conta, por exemplo, que “as escadas rolantes estão constantemente avariadas”.

A candidata do ADN, Adelaide Ferreira, defende a expansão do metro e uma ligação efetiva de horários entre Carris, Metro e CP, com caráter de urgência, para que os lisboetas privilegiem os transportes públicos como meio de transportes.

Já o Volt quer transporte público como “uma bandeira importante para a cidade”, defendendo “não podemos ter carreiras que terminam ao fim de semana”. José Almeida lembra que as pessoas também trabalham ao Sábado e ao Domingo e por isso não faz sentido não ter transportes públicos nesses dias.

O candidato do Reagir, Incluir, Reciclar (RIR) à Câmara de Lisboa promete a aquisição de mais autocarros, criação de mais carreiras, reforço da manutenção da frota que, segundo ele, “está uma vergonha” e reforço das carreiras B. Luís Mendes propõe ainda a criação de um cartão de estacionamento de 60 minutos gratuítos para todos os residentes da cidade.

Do ponto de vista do candidato do PPM/PPT , o preço das casas está directamente ligado aos transportes públicos e pede para um olhar mais atento para o” plano director municipal”.

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