Santo André das Tojeiras vive um momento de dinamismo cultural e educativo. A mais recente aposta da comunidade local, impulsionada pela Junta de Freguesia, arrancou esta quinta-feira, 9 de outubro, com o início das aulas de cavaquinho no polo da universidade sénior local, integrado na USALBI – Universidade Sénior Albicastrense. A nova disciplina conta já com 24 alunos inscritos, refletindo uma forte adesão da população sénior a esta iniciativa musical.
O sucesso da mobilização contrasta com a posição da USALBI, que recusou qualquer apoio financeiro à disciplina, apesar de ter sido previamente informado de que, com um mínimo de 12 alunos e um professor disponível, poderia assumir esse encargo. A promessa foi feita pelo diretor da USALBI, Arnaldo Brás, durante uma reunião que contou com a presença do Presidente Luís Andrade da Junta de Freguesia de Santo André das Tojeiras.
A Junta não só ultrapassou o número mínimo proposto de alunos como assegurou a contratação de um professor para dar início às aulas. No entanto, a resposta do diretor da USALBI foi clara: “Está fora de questão” o pagamento do professor, empurrando a totalidade das despesas para a Junta de Freguesia, que decidiu avançar com a iniciativa por considerar essencial promover o bem-estar, a aprendizagem e a dinamização cultural da população sénior da freguesia.
Este episódio levanta questões sobre a equidade no apoio prestado pela USALBI aos diferentes polos que integram a rede. O polo de Santo André das Tojeiras tem sido sistematicamente prejudicado, recebendo menos disciplinas financiadas pela instituição do que outros polos do concelho.
A comunidade local exige agora um novo rumo para a USALBI, assente num crescimento qualitativo urgente, que valorize todos os polos por igual e promova o bem-estar dos seus alunos. Esse crescimento, segundo vozes locais, só será possível com uma liderança munida de visão de futuro, competência e verdadeira ambição para transformar a universidade sénior num espaço inclusivo, justo e culturalmente enriquecedor.
Enquanto isso, em Santo André das Tojeiras, o cavaquinho soa alto — não graças à USALBI, mas à determinação da Junta e ao entusiasmo de 24 alunos que não se resignaram ao silêncio.