António Camões apresenta “Impressões” na Galeria Casa da Nora, em Castelo Branco
Está patente na Galeria Casa da Nora, em Castelo Branco, a mais recente exposição do artista plástico António Camões, intitulada “Impressões”. A mostra oferece uma viagem estética e sensorial pela vastidão do Cosmos, através de obras que fundem pintura e fotografia num diálogo visual intenso e poético.

“Impressões” propõe ao visitante uma reflexão sobre a relação entre o ser humano e o Universo. Cada obra constitui uma impressão – entendida como técnica, sensação, memória e tentativa de apreensão do indizível. Trata-se de um percurso artístico que percorre não apenas o espaço físico, mas também os territórios da emoção, da contemplação e da criação.
O conjunto em exposição inclui obras produzidas entre as décadas de 1980 e 1990, período formativo da vida do artista, marcado por deslocações entre Castelo Branco, Lisboa, várias cidades europeias e por momentos de aprendizagem que cruzam o ensino secundário, a universidade e o contacto com diferentes correntes artísticas. Estas peças revelam uma evolução estética coerente e profundamente enraizada nas experiências pessoais e nas inquietações existenciais do autor.

A exposição conta também com uma série de obras impressas em tela, onde a técnica fotográfica se alia à pintura num exercício de fusão entre o gesto humano e os recursos tecnológicos. Estas criações evocam temas como a construção e lapidação da matéria, a singularidade das superfícies planetárias e os fluxos de energia cósmica. Algumas peças sugerem atmosferas quase meditativas, estados interiores de silêncio e contemplação.
O Cosmos, nesta exposição, não surge apenas como tema visual, mas como origem, matéria e destino. As imagens propostas conduzem o observador a questionar a sua própria posição no universo, provocando um confronto entre a vastidão cósmica e a fragilidade humana. A exposição interroga: o que vemos quando olhamos o céu? Que memórias nos deixa essa experiência? Que marcas ficam no corpo, na mente e na alma?

Para António Camões, imprimir é mais do que fixar uma imagem: é transformar o invisível em forma partilhável. O gesto artístico torna-se assim um ritual de permanência, uma tentativa de capturar a luz, o silêncio e a beleza que habitam o espaço sideral e o espaço interior de cada um de nós.
Biografia do artista
António Camões nasceu em Castelo Branco, em 1962. Frequentou o curso de Fotografia da AR.CO. Participou em diversas exposições coletivas nos anos 80, destacando-se a mostra “8 jovens artistas de Castelo Branco” e “Aspectos da Jovem Arte em Castelo Branco”, ambas no Museu Francisco Tavares Proença Júnior. As suas obras integram várias coleções privadas.
Ao longo da sua carreira, desempenhou múltiplas funções: foi professor, jornalista, gestor, técnico superior, fundador de diversos projectos culturais e educativos ligados às artes e à comunicação. É também licenciado em Ciências Sociais e formou-se em Organização e Gestão de Eventos. Nos últimos anos, tem conciliado a prática artística com outras atividades, como a apicultura.
Visitar “Impressões” é aceitar um convite à imersão, à contemplação e à descoberta. A exposição está aberta ao público na Galeria Casa da Nora, em Castelo Branco.
Uma oportunidade imperdível para conhecer uma obra que combina memória, técnica e transcendência — e que convida cada visitante a encontrar a sua própria impressão.