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Cabo Verde faz história: qualificação inédita para o Mundial de Futebol de 2026 enche arquipélago de orgulho e celebração

Cabo Verde conquistou esta segunda-feira um feito histórico ao qualificar-se, pela primeira vez, para a fase final de um Campeonato do Mundo de futebol. A vitória por 3-0 frente à seleção de Essuatíni, no Estádio Nacional, confirmou o apuramento inédito dos ‘Tubarões Azuis’ para o Mundial2026, que decorrerá nos Estados Unidos, Canadá e México.

A emoção tomou conta dos cerca de 15 mil adeptos que lotaram o Estádio Nacional. Mal soou o apito final, o relvado transformou-se num palco de festa, com os jogadores a correrem em direcção aos adeptos, enquanto as bancadas explodiam em gritos, aplausos e danças. O ambiente prolongou-se pelas ruas das cidades e vilas de todas as ilhas do arquipélago, numa celebração espontânea e carregada de simbolismo.

Os golos da vitória foram apontados por Dailon Livramento, aos 48 minutos, Willy Semedo, aos 54, e Stopira, já nos descontos, aos 90+1. Com este resultado, Cabo Verde termina a fase de qualificação africana no primeiro lugar do grupo D, com 23 pontos, mais quatro do que os Camarões, segundos classificados, que empataram a zero com Angola.

Este apuramento torna Cabo Verde no terceiro estreante confirmado no Mundial2026, a par da Jordânia e do Uzbequistão, e na sexta seleção africana a garantir a presença na competição, juntando-se a Marrocos, Tunísia, Egito, Argélia e Gana.

Naquela que será a 23.ª edição do Mundial de futebol, entre 11 de junho e 19 de julho de 2026, Cabo Verde poderá tornar-se no país mais pequeno de sempre a disputar uma fase final da prova, superando o recorde de Trindade e Tobago, e no segundo menos populoso, atrás apenas da Islândia.

A dimensão do momento não passou despercebida aos adeptos. João Vieira, um dos presentes no estádio, descreveu o sentimento como “uma alegria imensa”. “A nossa geração tentou, mas foram os nossos filhos que conseguiram. É uma conquista que nos enche de orgulho”, declarou, emocionado.

O entusiasmo atravessa fronteiras. Com uma diáspora estimada em 1,5 milhões de pessoas – três vezes mais do que a população residente no arquipélago –, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, onde decorrerá grande parte dos jogos, muitos cabo-verdianos já preparam viagens para apoiar a seleção nos estádios norte-americanos. “Tenho primos e sobrinhas nos Estados Unidos. De certeza que estaremos todos lá, juntos, para apoiar os nossos”, acrescentou Vieira.

Para assinalar o momento, o Governo de Cabo Verde concedeu tolerância de ponto, permitindo que escolas, serviços públicos e empresas privadas acompanhassem o jogo em clima de união nacional. A decisão contribuiu para que o país parasse literalmente para viver um dos dias mais importantes da sua história desportiva.

Paulino Dias, outro adepto que assistiu ao jogo, classificou a qualificação como “uma das três datas mais importantes da história de Cabo Verde, a par do Dia da Independência e do Dia da Democracia”.

O sorteio da fase final está marcado para 5 de dezembro, em Washington. Nessa altura, Cabo Verde ficará a conhecer os seus adversários, num torneio onde poderá cruzar-se com seleções de peso como Brasil, Alemanha ou Portugal — um cenário que muitos adeptos anseiam. “Queremos estar com os melhores. O sonho continua”, afirmou Kleider Dias, outro adepto emocionado.

A seleção de Cabo Verde é agora a 19.ª formação a garantir presença no Mundial2026. A festa continua nas ruas, nas casas e nos palcos do país. Sendo Cabo Verde um povo de música, a noite promete prolongar-se ao som das batucadeiras, mornas e funanás, num testemunho vibrante de identidade e paixão pelo futebol.

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