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Trump anuncia início da 2.ª fase do acordo de paz entre Israel e Hamas — especialistas alertam para limites do plano

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta terça-feira que a segunda fase do acordo de paz entre Israel e o Hamas “começa agora mesmo”. O novo capítulo do processo inclui o desarmamento do grupo islamita, a reconstrução da Faixa de Gaza e a definição de um modelo de governação para o enclave

“Todos os 20 reféns estão de regresso e sentem-se tão bem quanto é expectável. Um grande fardo foi tirado, mas o trabalho não está feito. Os [reféns] mortos não foram devolvidos, como prometido! A fase dois começa agora mesmo”, escreveu Trump na sua plataforma Truth Social.

A primeira fase do acordo, mediada pelos Estados Unidos, Egito e Qatar, tinha estabelecido um cessar-fogo temporário, a libertação de reféns em cativeiro na Faixa de Gaza e a troca de prisioneiros palestinianos.

Trump esteve no Egito na segunda-feira, 13 de outubro, onde anunciou ao lado do presidente Abdel Fattah al-Sisi que as negociações para a segunda fase já tinham começado. “Começou. Quer dizer, começou, no que diz respeito à fase dois. E, como sabem, as fases estão de certa forma interligadas”, afirmou o presidente norte-americano.

Segundo informações divulgadas pelas autoridades egípcias, o tema da reconstrução de Gaza será discutido numa cimeira internacional a realizar-se em breve, também no Egito. O Hamas já indicou não pretender manter-se no governo da Faixa de Gaza, embora persistam dúvidas sobre a sua disponibilidade para entregar as armas.

“Os mediadores não fazem a paz”: o olhar do coronel Mendes Dias

Apesar do otimismo diplomático, especialistas alertam para os limites reais do acordo. O coronel Carlos Mendes Dias, em declarações no Jornal do Dia, sublinhou que o documento atual “é um plano assinado por mediadores e não um verdadeiro acordo de paz entre as partes beligerantes — Israel e o Hamas”.

Para o militar, “a mediação diplomática facilita o diálogo, mas não substitui a vontade das partes em conflito”, acrescentando que “o plano atual é uma declaração de intenções com alcance ainda distante”.

Mendes Dias defende que “a guerra é um fenómeno organizado, com momentos formais que traduzem o início e o fim de um conflito”, algo que, no caso de Gaza, “ainda está longe de acontecer”.

“O que foi assinado, com exceção da primeira fase, é apenas um plano. Só há acordos de paz entre as partes beligerantes: Israel e o Hamas. Ponto final”, afirmou o coronel.

Ainda assim, reconhece a importância de mediadores como o Egito, o Qatar e os Estados Unidos, que “criam condições para o diálogo, mesmo que não possam impor a paz”.

Reconstrução e governação, os próximos desafios

Com a segunda fase agora em marcha, a reconstrução da Faixa de Gaza, devastada pelos confrontos, e a definição de uma governação pós-Hamas serão os principais pontos em discussão nas próximas semanas.

A comunidade internacional acompanha o processo com cautela, num momento em que a paz parece, mais uma vez, depender não das assinaturas nas cimeiras, mas da vontade efetiva das partes em conflito.

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