Quarta-feira,Outubro 15, 2025
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Reflexão pós-eleitoral do Mário Camões

Agitámos.

Quando em inícios de Junho convocámos a primeira reunião aberta à comunidade albicastrense que se identificasse à esquerda do PS, não sabíamos bem o que esperar.

Acabámos construindo um pequeno movimento maioritariamente independente com cerca de 40 pessoas que se colocaram à disposição para a disputa do futuro de Castelo Branco e do “senso comum” neoliberal do status quo.

De Junho para cá conhecemo-nos melhor, trabalhámos juntos, muitos de nós pela 1a vez nestas “andanças”, criámos um Programa Político verdadeiramente disruptivo e que é um organismo vivo, sujeito a revisão dinâmica, excepto no que respeita a prioridades – o nosso denominador comum. E aprendemos imenso coletivamente:

– sobre os (imensos) problemas da nossa população e o seu estado de espírito – aspirações, ansiedades (e depressões), desencantamento geral com as perspectivas de vida futuras, enfim!

– sobre a gravíssima situação no acesso a Habitação, Saúde e outros serviços públicos.

– sobre o quão difícil vai ser a luta contra a destruição ecológica da nossa região que se avizinha com crescente proliferação de monoculturas de escala colossal (pomares intensivos envenenam os nossos solos, inclusive a água que bebemos, “floresta” industrial de Eucalipto e Pinheiro-Bravo, etc), os mega-parques solares que não vão baixar as faturas do pessoal, e minas para alimentar o esfomeado crescimento infinito capitalista.

– sobre o funcionamento da “democracia burguesa” na sua expressão local – superficial, altamente burocrática, caríssima, e pouco inclusiva – quiçá para que os cidadãos comuns não tenham o descaramento de disputar seriamente o poder.

– Entre outras várias aprendizagens!

Hoje, somos uma linda amálgama de progressistas (a sério), socialistas/sociais-democratas (a sério), ecologistas (muito a sério), assim como comunistas e anarquistas. Somos, mais que tudo, um movimento de pessoas que reconhecem que há chão comum para uma vasta diversidade de formas de pensar e estágios de politização, e um movimento que quer lutar por um futuro melhor na nossa terra – um futuro mais justo, muito mais sustentável, muito mais democrático, e com mais liberdade (a sério) para todos, e não apenas liberdade para explorar pessoas e a natureza que nos sustenta.

Como qualquer candidatura fora dos órgãos autárquicos, tínhamos como objetivo aspiracional a representação nas assembleias municipal e de freguesia. Ainda não chegámos lá. Mas cumprimos o objetivo principal – conseguimos criar uma estrutura de base, inspirar amigos, familiares, conhecidos e desconhecidos a politizarem-se, e mostrar que é possível unir pessoas com ideias diferentes e vontade de construir um novo mundo a começar pela nossa comunidade. Agitámos Castelo Branco, e por isso estou orgulhoso!

Queria dar os parabéns às restantes candidaturas pelo empenho nas últimas semanas, em particular ao Leopoldo Rodrigues (PS) pela vitória, ao José Henriques (IL) pela estrondosa conquista de vereação à 1a, que só foi surpresa para quem não esteve atento ao excelente e profissional trabalho que fizeram, e ao João Ribeiro (CH) por ter tido tantos votos fazendo tão pouco, a menos que fosse televisionado.

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que confiaram o seu voto em nós. Essa confiança, aliada ao carinho e encorajamento que recebemos na rua, motiva-nos muito para continuar. Precisamos de vocês, e desafiamos todos a deixarem de ser apenas “eleitores” para serem agentes de mudança política coletiva. Todos somos poucos!

Reservo um agradecimento profundo a todas e todos os que se uniram pela mudança para agitar Castelo Branco – que construíram a Esquerda Livre, que deram a cara pelas nossas lutas, muitas horas de trabalho voluntário quando podiam estar a descansar ou a dedicar-se às suas vidas pessoais. Vocês são enormes! Podia fazer muitos agradecimentos especiais, mas escolho destacar apenas a minha companheira Diana – por me ter aturado nestes últimos tempos de frenesim – não é nada fácil andar “nisto” e ter uma vida tranquila.

Estes últimos meses foram duros, mas sinto que valeram a pena.

Um abraço fraterno deste imperfeito candidato que ainda está “amassado” da campanha mas feliz e grato pela tua atenção. Bem haja!

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