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Mortágua condena violência de todos, Hamas e Israel, em Gaza…

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, condenou os relatos de violência do Hamas na Faixa de Gaza, afirmando em Lisboa que «não há justiça pelas próprias mãos» e defendendo que a Palestina deverá existir como Estado sem o movimento islamita.

Execuções públicas geram reprovação clara

Mariana Mortágua foi questionada sobre o papel do Hamas no futuro da Palestina, tendo respondido de modo incisivo: «essa é uma decisão que cabe aos palestinianos e não a mim (…) idealmente eu só posso condenar execuções em praça pública como aquelas que tivemos notícia». Esta afirmação surge no contexto de vídeos que circulam nas redes sociais e reportagens de agências de notícias sobre acções violentas atribuídas ao Hamas.

A agência espanhola EFE refere que há gravações de membros do Hamas executando pessoas algemadas na rua, sob a acusação de colaboração com Israel. A agência France-Presse (AFP) acrescenta que foram publicamente executados oito supostos colaboradores de Israel.

Mortágua rejeitou a ideia de que membros do Hamas possam autodefender-se por «justiça própria» e estendeu a crítica também a Israel: «não há justiça pelas próprias mãos, seja pelo Hamas, seja por Israel».

Contexto dos confrontos e presença em Lisboa

Os confrontos intensificaram-se nos últimos dias no leste da cidade de Gaza, especialmente no bairro de Shujaia, onde unidades afiliadas ao Hamas e clãs armados se confrontaram, alguns grupos alegadamente com apoio israelita.

O episódio ocorreu justamente quando Mariana Mortágua participava em Lisboa numa conversa com os activistas portugueses Miguel Duarte e Sofia Aparício, ligados à Flotilha Global Sumud, esforço de envio de apoio humanitário à Faixa de Gaza.

Os quatro portugueses que integraram a flotilha chegaram a Portugal em 05/10 pelas 22h30, sendo recebidos no aeroporto Humberto Delgado. Entre eles estavam Mortágua, a actriz Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves, que haviam sido detidos por Israel após a intercepção das embarcações — cerca de cinquenta — que tentavam entrar em Gaza com ajuda humanitária.

Reacções políticas e diplomáticas

A condenação por parte de Mortágua insere-se num quadro mais amplo em que partidos e organismos internacionais já têm denunciado excessos cometidos por ambos os lados no conflito Israel-Hamas. No passado, o Bloco de Esquerda já condenou «crimes de guerra cometidos pelo Hamas e por Israel», afirmando o direito à autodeterminação da Palestina.

Do lado português, a posição de Mortágua poderá intensificar o debate interno sobre o papel de Portugal na diplomacia e nas sanções contra Israel, bem como as obrigações humanitárias no conflito no Médio Oriente.

Implicações para o debate palestiniano

A declaração de Mortágua levanta uma questão sensível no debate palestiniano contemporâneo: pode um futuro Estado da Palestina incorporar o Hamas como actor político ou militar? A coordenadora bloquista defendeu que tal decisão deve caber exclusivamente aos palestinianos — mas deixou claro que recusa qualquer legitimação de actos violentos públicos.

Ao condenar as execuções e manifestar-se crítica tanto ao Hamas quanto a Israel, Mortágua procura posicionar-se como voz de uma linha ética no debate internacional. Resta observar como o posicionamento será recebido em círculos diplomáticos e no próprio espectro político português, especialmente em partidos e movimentos que tradicionalmente manifestam forte solidariedade com a causa palestiniana.

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