O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, garantiu este domingo um “firme combate” do seu partido à proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), acusando PSD, CDS-PP, Chega, Iniciativa Liberal e PS de se estarem “nas tintas para o país” e de protegerem os grandes grupos económicos.
Durante um comício em Cabeção, no concelho de Mora, distrito de Évora, Raimundo afirmou que “no PCP não há encenações, golpes de teatro ou manobras”, assegurando que o partido não dará “abébias” a nenhuma força da “política de direita”. “Este orçamento merece firme combate e não faltaremos a esse combate”, declarou.
O líder comunista criticou a postura das restantes forças políticas perante o OE2026, que será debatido no parlamento entre segunda e terça-feira, considerando que “revelam estar-se a marimbar e nas tintas para o país, para a vida da maioria e para tudo o que não seja garantir os interesses dos grandes grupos económicos”.
Segundo Raimundo, a proposta do Governo representa “uma política ao serviço dos grupos económicos e das ordens de Bruxelas”, enquanto o país enfrenta “mais de dois milhões de pobres, 300 mil crianças nessa situação e urgências encerradas”. Defendeu, por isso, que “a solução não é concentrar urgências, mas mantê-las todas abertas”.
“Faltam médicos? Contratem médicos. Faltam enfermeiros? Contratem enfermeiros. As pessoas não podem continuar a ver os filhos nascer em ambulâncias, como acontece no concelho da Moita, onde este ano os bombeiros já fizeram 16 partos”, exemplificou, alertando para os riscos para mães, bebés e socorristas.
Paulo Raimundo apontou ainda a falta de professores, a crise na habitação e o aumento do custo de vida como exemplos das dificuldades enfrentadas pela maioria da população. Sublinhou que “o problema não é falta de dinheiro, mas as opções políticas”, criticando os 1.800 milhões de euros em benefícios fiscais previstos no orçamento.
“Em vez de darem esses milhões aos grandes grupos económicos, aumentem as reformas e as pensões. Três milhões de pessoas valem mais do que 19 grupos económicos”, concluiu.
O debate parlamentar do Orçamento do Estado para 2026 decorrerá em plenário durante mais de dez horas e deverá ser aprovado na generalidade, graças à abstenção do PS.








