O presidente do Instituto Ifo, Clemens Fuest, alertou para a situação económica crítica da Alemanha, após dois anos consecutivos de recessão. Em declarações publicadas este domingo pelo diário Bild, o economista avisou que o país corre o risco de entrar num novo período sem crescimento, com milhões de cidadãos já a sentirem a degradação do seu nível de vida.
“A Alemanha está em depressão económica há anos. A situação, no entanto, é dramática”, afirmou Fuest, sublinhando que o país enfrenta “circunstâncias italianas”, expressão utilizada para descrever uma estagnação prolongada que, segundo o jornal alemão, se pode comparar a uma “depressão de 25 anos”.
Entre os principais problemas identificados está o declínio do investimento privado, o que, segundo o responsável, poderá traduzir-se a médio prazo em “menos crescimento, menos arrecadação de impostos e menos recursos para os serviços do Estado”.
Fuest apelou ao governo do chanceler Friedrich Merz para que, nos próximos seis meses, apresente “um plano abrangente de reformas” capaz de revitalizar a economia. Esse plano, defende, deve incluir uma redução da carga fiscal e da burocracia, dois fatores que considera estar a travar a competitividade do país.
A economia alemã, a maior da Europa e terceira do mundo, registou uma contração do produto interno bruto (PIB) de 0,3% em 2023 e de 0,2% em 2024. O governo prevê um ligeiro crescimento de 0,2% em 2025, seguido de uma recuperação mais consistente nos anos seguintes, com projeções de 1,3% para 2026 e 1,4% para 2027.
