A ministra da Defesa francesa, Catherine Vautrin, assegurou esta quinta-feira ao seu homólogo romeno, Ionut Mosteanu, que França manterá e reforçará o seu compromisso com a segurança da Roménia e do flanco leste da NATO, após o anúncio dos Estados Unidos de uma significativa redução do contingente militar estacionado no país
Durante uma visita a Sibiu, no centro da Roménia, Vautrin sublinhou que os 1.500 soldados franceses destacados em território romeno simbolizam “o compromisso concreto de França pela defesa coletiva do continente europeu”, destacando que a presença militar francesa “constitui um pilar de estabilidade e de confiança” para os aliados da NATO.
A deslocação da ministra francesa ocorre apenas um dia depois de Washington ter confirmado a redistribuição de uma brigada do exército norte-americano, decisão que implicará a diminuição do contingente dos Estados Unidos na Roménia de cerca de 1.700 para 900 militares. A medida surge num momento em que o conflito na Ucrânia, iniciado com a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022, continua a ameaçar a segurança regional.
“O exército francês está presente na Roménia, no coração do flanco leste, num contexto de segurança internacional profundamente degradado”, declarou Vautrin numa conferência de imprensa conjunta com Mosteanu.
“Este compromisso francês não é temporário. É uma aposta duradoura na estabilidade europeia e na confiança mútua entre aliados”, acrescentou.
O ministro da Defesa romeno confirmou, por sua vez, que Bucareste vai adquirir mísseis terra-ar Mistral 3, ao abrigo de um contrato a celebrar até ao final do ano, no quadro da Iniciativa Europeia de Aquisição Conjunta liderada por França. De acordo com um porta-voz do ministério romeno, o valor do contrato poderá atingir 660 milhões de euros. O programa envolve oito países europeus — França, Bélgica, Chipre, Hungria, Roménia, Espanha, Eslovénia e Dinamarca — que assinaram em junho de 2024 um acordo para a aquisição conjunta deste sistema de defesa.
França participa também desde 20 de outubro nas manobras militares da NATO denominadas Dacian Fall, realizadas em território romeno. O exercício envolve cerca de 1.400 soldados franceses adicionais, para além das forças já estacionadas, e conta com a participação de contingentes da Bélgica, Espanha e Luxemburgo.
“O exercício Dacian Fall é um sinal inequívoco de que a Europa está pronta. A dimensão das manobras, as capacidades envolvidas e a interoperabilidade entre os meios destacados demonstram o empenho dos aliados europeus na segurança do flanco leste”, afirmou Vautrin.
“Trata-se de uma prova tangível da solidariedade europeia perante as novas ameaças à segurança regional”, reforçou Mosteanu.
Com a redução da presença norte-americana, França emerge como a principal potência europeia a garantir a dissuasão e a defesa no território romeno, reforçando a mensagem de que a Europa deve assumir maior responsabilidade pela sua própria segurança.
O compromisso francês, salientou Vautrin, “pretende assegurar que a NATO e a União Europeia permanecem firmes e unidas perante qualquer tentativa de desestabilização no leste da Europa e no Mar Negro”.




