A Jordânia retirou esta quinta-feira mais vinte crianças doentes da Faixa de Gaza, numa nova fase da operação humanitária que prevê o acolhimento e tratamento de dois mil menores palestinianos em hospitais jordanos. A informação foi confirmada pelas Forças Armadas da Jordânia através de um comunicado oficial.
De acordo com as autoridades militares, este é o 15.º grupo de crianças doentes transferido do enclave palestiniano no âmbito da Iniciativa “Corredor Médico da Jordânia”, criada para apoiar o povo de Gaza e aliviar o sofrimento provocado pela guerra. O grupo agora resgatado inclui 20 doentes e 56 acompanhantes, que atravessaram a fronteira sob coordenação direta com o Ministério da Saúde da Jordânia e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os menores serão tratados em unidades hospitalares jordanos que dispõem de equipas médicas especializadas e infraestruturas preparadas para acolher pacientes em estado crítico. Segundo o comunicado, esta operação faz parte do esforço contínuo do Reino Hachemita em garantir apoio médico e humanitário à população de Gaza, que enfrenta uma das mais graves crises sanitárias e humanitárias da sua história recente.
Desde o lançamento da iniciativa, em março do ano passado, a Jordânia já recebeu 987 pessoas provenientes de Gaza, entre as quais 286 doentes e 701 familiares acompanhantes. As autoridades sublinham que o país continuará a intensificar as ações de solidariedade e de assistência médica enquanto persistirem as condições de conflito.
Além da retirada de doentes e feridos, a Jordânia tem desempenhado um papel ativo no envio de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza desde o início da guerra, a 7 de outubro de 2023. As operações incluem lançamentos aéreos de alimentos e medicamentos, transporte de equipas médicas especializadas e coordenação com organizações internacionais para garantir a entrada de assistência no território.
O conflito teve início após os ataques do grupo islamita Hamas a território israelita, que provocaram cerca de 1.200 mortos e 251 raptos. Em resposta, Israel desencadeou uma ofensiva militar de grande escala sobre Gaza, que, segundo as autoridades locais, já causou mais de 68 mil mortos, destruiu grande parte das infraestruturas e forçou centenas de milhares de pessoas a fugir das suas casas.
Com o “Corredor Médico”, a Jordânia procura afirmar-se como ponte humanitária essencial entre Gaza e a comunidade internacional, oferecendo não apenas cuidados médicos, mas também uma mensagem de solidariedade e esperança num cenário de devastação prolongada.








