O Hamas apelou esta sexta-feira à intervenção urgente dos mediadores internacionais e do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para permitir a entrada em Gaza de maquinaria pesada e equipas especializadas, com o objetivo de recuperar de uma só vez os corpos dos 11 reféns que permanecem no território.
Em comunicado, o braço armado do movimento islamita, as Brigadas al-Qassam, declarou que “apelam aos mediadores e ao Comité Internacional da Cruz Vermelha para que forneçam e preparem o equipamento e as equipas necessários para recuperar todos os corpos de uma só vez”.
O Hamas reafirmou ainda a intenção de ultrapassar a chamada “linha amarela”, o perímetro que cobre 53% da Faixa de Gaza e permanece sob controlo militar israelita, para localizar e recolher os cadáveres.
Durante a noite de quinta-feira, o movimento entregou a Israel os restos mortais de três pessoas. Nenhum deles pertencia, no entanto, aos reféns desaparecidos. Em comunicado, o Hamas explicou que tomou essa decisão “para não dificultar o processo de entrega”, apesar de ter informado as autoridades israelitas de que se tratava de restos mortais não identificados.
“Propusemos entregar três restos mortais não identificados, mas o inimigo recusou recebê-los e exigiu corpos completos para análise. Avançámos com a entrega para evitar qualquer futura reclamação israelita”, lê-se na nota do movimento.
Uma fonte do Ministério da Saúde de Gaza confirmou à agência espanhola EFE que Israel continua a bloquear a entrada de material essencial para análises de ADN, incluindo instrumentos de autópsia e ‘kits’ de teste genético, o que impede a identificação dos corpos recuperados em várias zonas do território.
A situação agrava o impasse humanitário e aumenta a pressão sobre as partes envolvidas nas negociações, numa altura em que as condições no terreno se deterioram e as operações de busca e resgate enfrentam obstáculos crescentes.








