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A verdade: Cimeira Trump/Putin foi para falar de negócios, não da Ucrânia

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, aproveitaram a cimeira de Anchorage para avançar com entendimentos na área económica e financeira, centrados na exploração de recursos estratégicos e no reforço de ligações comerciais bilaterais

Recursos minerais e energéticos no centro da agenda

De acordo com fontes oficiais de ambos os países, foram discutidos cenários para exploração conjunta de metais raros, petróleo e gás em zonas do Alasca e do Estreito de Bering. Esta área é reconhecida pela existência de importantes reservas de hidrocarbonetos e minerais críticos como lítio, cobalto e terras raras — essenciais para sectores como baterias, electrónica e defesa.

Para os Estados Unidos, a abertura a parcerias controladas permitiria:

  • Reduzir dependência de importações de países terceiros.
  • Acelerar a transição energética com abastecimento interno de minerais estratégicos.
  • Criar emprego qualificado e investimento em infra‑estruturas no Alasca.

Para a Rússia, o acesso a projectos no Alasca e em águas árticas representaria:

  1. Diversificação das exportações para além do mercado asiático.
  2. Cooperação tecnológica com empresas norte‑americanas.
  3. Entrada em cadeias de valor globais menos expostas a sanções.

 

Desenvolvimento do Árctico e novas rotas comerciais

Putin salientou a importância de projectos de infra‑estruturas portuárias, transporte marítimo e tecnologia de perfuração adaptada a condições extremas. Com o degelo do Árctico, rotas como a Passagem do Noroeste e a Rota Marítima do Norte ganham potencial para encurtar tempos de transporte entre continentes, criando oportunidades para:

Empresas de logística e construção naval, cooperação em segurança marítima e gestão de tráfego no Estreito de Bering e Investimento conjunto em quebra‑gelos e navios de carga especializados.

Comércio e investimentos bilaterais

Kirill Dmitriev, presidente do Fundo Russo de Investimento Directo, referiu que existe “tremendo potencial de cooperação” em sectores como energia, tecnologias digitais, investigação polar e indústria aeroespacial. Segundo analistas económicos, um quadro de cooperação estável poderia:

Incrementar o comércio bilateral em dezenas de milhares de milhões de dólares anuais.

Reativar canais financeiros para transacções comerciais específicas, contornando barreiras actuais.

Ganhos financeiros para cada parte

Para os EUA:

  • Receitas fiscais adicionais derivadas de concessões e licenças de exploração.
  • Consolidação do Alasca como pólo energético e mineiro.
  • Incremento das exportações de tecnologia e serviços especializados.

Para a Rússia:

  • Receitas de participação em projectos internacionais de alto rendimento.
  • Modernização de sectores energéticos com recurso a know‑how estrangeiro.
  • Reforço da sua posição como fornecedor global de matérias‑primas estratégicas.

Próximos passos e cautelas

Embora não tenham sido assinados acordos formais, ambas as delegações concordaram em criar grupos de trabalho mistos para avaliar a viabilidade técnica, ambiental e económica dos projectos. Economistas alertam, contudo, que a concretização destas iniciativas dependerá:

Da compatibilidade com os regimes de sanções e enquadramentos legais, da avaliação de impacto ambiental nas regiões árticas e, ainda, da estabilidade política e previsibilidade regulatória.

O encontro de Anchorage sinaliza, assim, uma aproximação pragmática em torno de interesses económicos mútuos, com potencial para remodelar cadeias de abastecimento estratégicas e gerar ganhos financeiros substanciais para as duas maiores potências nucleares.

Como nota de rodapé falou-se da Ucrânia, mas as respectivas equipas já tinham chegado a acordo sobre a proposta antes do encontro.

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