Não é que a meta de reduzir em 90% o número de alunos sem aulas, a pelo menos uma disciplina ao longo de todo o 1º período, seja impossível de cumprir, mas torna-se mais difícil à medida que as semanas passam. Um mês após o início das aulas, ainda existem cerca de 58 mil alunos sem aulas, desses há 24 mil estudantes com pelo menos um professor em falta desde o início do ano, segundo números revelados pelo ministro da Educação. Em 2023-2024, cerca de 21 mil passaram os primeiros três meses do ano letivo nesta situação. E reduzir este número em 90% significa chegar às férias de Natal com apenas 2100 e arranjar entretanto professores para preencher as mais de duas mil vagas que continuam em aberto.
A atribuição de horas extraordinárias e apoios à deslocação poderão ajudar a resolver o problema da crónica falta de professores. Contudo, só 79 reformados disseram estar disponíveis para voltar a dar aulas. Ministério contava com pelo menos 200, o que permitiria diminuir o número de alunos sem aulas.
Mas, um facto concreto, é que, neste momento, existem cerca de 58 mil alunos sem aulas. O número foi avançado esta quarta-feira pelo ministro da Educação, à margem da comemoração do 115.º aniversário do Liceu Camões, em Lisboa.
“Os últimos dados dizem-nos que há 58 mil alunos sem aulas, neste momento. E há cerca de 24 mil que estão sem aulas a, pelo menos, uma disciplina desde que as aulas começaram”, declarou o ministro Fernando Alexandre.
O ministro da Educação espera que o concurso extraordinário possa ser a solução para o problema e diz que “cinco mil professores concorreram às mais de duas mil vagas” abertas.
Fernando Alexandre tem esperança relativamente à colocação de professores ainda sem vínculo nas escolas mais carenciadas ao nível de docentes, “e que deixam milhares de alunos sem aulas”.
O governante sublinha que “houve uma grande resposta” ao concurso e que “mais de cinco mil professores concorreram às mais de duas mil vagas” abertas nestas escolas. “Por isso, estou com alguma expetativa positiva de que uma parte do problema será resolvido dessa forma”, referiu.
O ministro da Educação disse, ainda, que 79 professores aposentados mostraram a sua disponibilidade em dar aulas. “Não acabou. Tivemos nesta primeira fase 79 professores aposentados que mostraram disponibilidade para colaborar na resolução do problema dos alunos sem aulas”, salientou Fernando Alexandre.