Polícia Judiciária investiga série de tiroteios na Amadora e em Sintra, que deixaram cinco feridos em menos de uma semana
A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar uma sucessão de crimes violentos ocorridos nos concelhos da Amadora e de Sintra, que resultaram em cinco pessoas baleadas na última semana. Os episódios têm acontecido em zonas consideradas sensíveis, levando a Polícia de Segurança Pública (PSP) a reforçar o patrulhamento e as operações no terreno.
Na madrugada desta segunda-feira, um homem de 27 anos deu entrada no Hospital Amadora-Sintra com ferimentos de bala na zona do joelho. O incidente ocorreu em Agualva-Cacém, no concelho de Sintra. De acordo com uma testemunha, terão sido ouvidos pelo menos dez disparos. A vítima não corre risco de vida.
No domingo anterior, um jovem de 19 anos foi deixado à porta do mesmo hospital, com ferimentos provocados por arma de fogo na zona do abdómen. O ferido foi transportado num veículo que abandonou o local logo de seguida, não tendo sido ainda localizado pela PSP. O jovem foi operado de urgência e encontra-se fora de perigo. O caso foi comunicado ao Ministério Público e passou para a alçada da Polícia Judiciária.
A meio da semana, na quarta-feira, um jovem de 24 anos foi baleado na barriga na Cova da Moura, também na Amadora. A vítima foi levada em estado grave para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. O suspeito ainda não foi detido. No dia anterior, terça-feira, outros dois homens tinham sido atingidos por disparos na Amadora — um no peito e outro nas pernas e num braço.
A PSP reconhece que os incidentes têm ocorrido em zonas de maior vulnerabilidade social e admite um aumento da tensão entre moradores de vários bairros do concelho da Amadora. A força policial afirma estar a intensificar as ações de patrulhamento e de visibilidade operacional.
Perante a recente onda de violência, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, admitiu esta segunda-feira que a criminalidade violenta tem vindo a aumentar, embora relativize a dimensão do fenómeno.
“Há, de facto, um aumento da criminalidade violenta, mas não é tão acentuado como se faz eco na comunicação social. Como os senhores sabem, há uma agenda diária sobrecarregada com esse tipo de notícias, o que gera nas pessoas uma perceção ou sentimento de insegurança que nem sempre coincide com o que realmente acontece”, afirmou a ministra.
A investigação dos vários casos permanece a cargo da Polícia Judiciária, que procura determinar se existe ligação entre os diferentes episódios registados na Amadora e em Sintra.
