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Amazon encerra laboratório de IA na China em resposta à escalada tecnológica entre Washington e Pequim

Amazon encerra centro de investigação em Xangai em resposta ao agravamento das tensões entre EUA e China

A Amazon decidiu encerrar o seu laboratório de investigação em Inteligência Artificial (IA), localizado em Xangai, na China, num movimento que espelha o crescente distanciamento tecnológico entre os Estados Unidos e o gigante asiático. A informação foi avançada esta sexta-feira pela agência noticiosa France Presse (AFP), que cita fontes próximas da operação.

A medida surge numa altura em que a rivalidade tecnológica entre Washington e Pequim atinge novos patamares, com a IA a assumir um papel estratégico central na disputa pela liderança global em inovação. O laboratório agora encerrado operava sob a alçada da Amazon Web Services (AWS), a divisão de serviços na nuvem da empresa fundada por Jeff Bezos.

Um dos cientistas afetados pelo encerramento, citado pela AFP, apontou “ajustes estratégicos decorrentes da relação entre a China e os Estados Unidos” como a principal razão para a decisão. Este encerramento segue-se a um anúncio recente da AWS sobre cortes nos seus quadros a nível global, afetando centenas de postos de trabalho, embora sem especificar números concretos para o caso chinês.

Contactada pela AFP, a Amazon optou por não confirmar diretamente o fecho do laboratório em Xangai. O porta-voz da empresa, Brad Glasser, limitou-se a referir que foram tomadas “decisões difíceis” para eliminar determinadas posições dentro da AWS, como parte de um esforço para “otimizar recursos e continuar a investir em inovação para os clientes”.

Criado no outono de 2018, o laboratório chinês da Amazon tinha como missão “promover ativamente a colaboração com a comunidade de investigação”, de acordo com a descrição que constava na sua página online, entretanto desativada. A unidade desempenhava um papel relevante no ecossistema académico e científico local, num país que tem investido fortemente no desenvolvimento de tecnologias emergentes.

A Amazon não é a única tecnológica americana a reavaliar a sua presença em território chinês. Nos últimos meses, empresas como a Microsoft e a IBM também anunciaram a redução das suas equipas de investigação na China. Estas decisões refletem uma combinação de fatores: o endurecimento do controlo estatal sobre setores considerados estratégicos por parte do governo chinês, o aumento da vigilância regulatória e a intensificação da concorrência entre as duas maiores potências mundiais.

O encerramento deste laboratório representa mais um episódio da crescente fragmentação do setor tecnológico a nível global, com os EUA e a China a construírem ecossistemas cada vez mais autónomos, num clima de desconfiança mútua. Ao mesmo tempo, levanta questões sobre o futuro da colaboração científica internacional num contexto geopolítico cada vez mais volátil.

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