A campanha da Amnistia Internacional Portugal (AIP) «Maratona de Cartas 2025», o maior evento global de direitos humanos, iniciou-se em Portugal no dia 20 de Outubro de 2025 e estender-se-á até 31 de Dezembro de 2025, com o objectivo de mobilizar cidadãos em defesa de pessoas e comunidades vítimas de violações.
A Maratona de Cartas funciona com base num levantamento de casos críticos realizados pela Amnistia Internacional. A organização selecciona indivíduos ou comunidades que enfrentam situações de risco, como detenção arbitrária, ameaças ambientais ou violações de direitos indígenas. Durante o período da campanha, os participantes em Portugal poderão assinar petições, escrever cartas de apoio, partilhar informações nas redes sociais e fazer donativos — iniciativas que visam pressionar autoridades e instituições a agir. Segundo a AIP, em edições anteriores já foram recolhidas milhões de acções de solidariedade em todo o mundo, com resultados concretos em termos de libertações e alteração de políticas.
Os casos em destaque deste ano
Neste ano, a campanha apresenta quatro casos cuidadosamente seleccionados:
● Ellinor Guttorm Utsi, líder indígena Sámi que luta contra a instalação de turbinas eólicas que ameaçam o modo de vida tradicional da sua comunidade no norte da Noruega.
● Guerreiras pela Amazónia, colectivo de jovens activistas equatorianas que enfrentam intimidações enquanto defendem a floresta amazónica e os direitos das populações locais.
● Sonia Dahmani, advogada e comentadora política tunisina, detida em Maio de 2024 sob acusações ligadas à liberdade de expressão.
● Unecebo Mboteni, menino sul-africano de três anos, falecido depois de cair numa latrina num jardim de infância na província do Cabo Oriental — a família exige respostas e justiça.
A campanha convida os cidadãos portugueses a agir em defesa destes casos e sublinha que cada assinatura ou mensagem pode contribuir para alterar uma vida.
Participação portuguesa e impacto comprovado
Em Portugal, na edição de 2024/2025, foram recolhidas 51 720 assinaturas entre 1 de Novembro de 2024 e 31 de Janeiro de 2025, além de milhares de mensagens de solidariedade enviadas aos casos em destaque. Nesse âmbito, destaca-se o caso de Neth Nahara, influencer angolana presa por criticar o Presidente João Lourenço, cuja liberdade foi obtida após forte mobilização internacional. Para esta edição, a AIP prevê nova onda de activismo, com escolas, associações e cidadãos a serem convidados a inscrever-se, participar e promover acções. O material educativo disponibilizado à comunidade permite também usar este projecto como ferramenta de ensino sobre direitos humanos.
Quer participar agora?
A campanha decorre num momento em que a defesa dos direitos humanos assume uma urgência acrescida — seja na protecção de povos indígenas, na liberdade de expressão ou no ambiente. Os organizadores defendem que «a assinatura de cada pessoa tem mais poder do que imagina». Além disso, a participação é simples: basta preencher um formulário online, escolher o caso que se pretende apoiar, assinar ou escrever uma carta, e partilhar a iniciativa — tarefas que demoram somente alguns minutos. PARTICIPE AQUI: https://shorturl.at/vIzHC
Consequências esperadas
A Maratona de Cartas de 2025 pretende reforçar o impacto da sociedade civil no plano global e local. A expectativa é que, por via das acções de cidadãos portugueses e internacionais, se gere pressão suficiente para as autoridades envolvidas considerarem as reclamações, instaurando processos ou alterando legislações. Segundo a AIP, «a mudança acontece» quando se somam vozes e acções.
No fecho da campanha, os resultados serão publicados e poderão servir de base para novas iniciativas de educação cívica e participação democrática.