Angola continua a trabalhar para recuperar 50 mil milhões de dólares roubados do erário público, apesar de garantir a recuperação de activos avaliados em mais de 12 mil milhões de dólares
A revelação é do subprocurador-geral da República de Angola, Azevedo Jeremias
O subprocurador-geral da República, Azevedo Jeremias, afirma que a luta contra a corrupção vai continuar, pelo facto de o fenómeno constituir um perigo para economia angolana e o desenvolvimento do próprio país.
Para o magistrado, não existe processos selectivos a figuras próximas ao antigo Presidente da República, alegando que a actuação da procuradoria se baseia em denúncias, dai que o órgão não se deixa embalar em falacias.
“Nós nos baseamos nas denúncias. Nós despoletamos os processos e, por isso, não pode, as vezes, caminhar ao sabor do vento, no sentido de se, simplesmente, embalar nalgumas situações, que não se diga, que está haver o processamento selectivo”, desdramatizou o procurador colocado na Direcção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção.
Azevedo Jeremias avançou que, entre activos financeiros e não financeiros, foram, internamente, recuperados cinco mil milhões de dólares e no estrangeiro mais de 12 mil milhões de dólares.
“Grosso modo, entre bens pecuniários e bens imóveis e outros bens móveis, hoje o balanço feito é de ter-se recuperado, aproximadamente, algo que vá para lá dos 5 mil milhões de dólares, sendo que no exterior também foram apreendidos alguns bens, assim como recursos financeiros que ascendem o montante superior a 12 mil de milhões de dólares”, precisou Azevedo Jeremias.
Recorde-se que foi no 31 de outubro de 2003, a Assembleia Geral adoptou a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. Desde então, 188 países se comprometeram com as obrigações anticorrupção da convenção, mostrando um reconhecimento da importância da boa governança, responsabilidade e compromisso político.