Em Angola, vários cidadãos asiáticos estão a produzir de sal de cozinha com métodos não convencionais baseados em lonas plásticas sobre o olhar impávido das autoridades. A denúncia é da Associação de Produtores de Sal, APROSAL, que alerta para eventuais riscos à saúde pública e prejuízos ambientais.
A Associação de Produtores de Sal (APROSAL) está preocupada com a produção de sal com recurso a lonas plásticas no país, sobretudo nas províncias do Namibe, Bengo e Benguela.
O líder da APROSAL, Totas Garrido, diz que, nos últimos anos, o número de salinas a plásticos cresce assustadoramente pelas mãos de supostos cidadãos asiáticos ante os perigos a saúde pública e ambiental.
“Nós tivemos uma invasão de cidadãos asiáticos muito focados na produção de sal utilizando lonas plásticas. São centenas de hectares de lonas plásticas que foram espalhadas ao longo das praias da Baía Farta, em condições deploráveis da forma como elas foram aplicadas e o impacto ambiental que essas lonas têm no momento e terão num futuro muito próximo”, avisou.
De acordo com a APROSAL, a produção de sal em plásticos constitui um perigo para a saúde e também retira a qualidade, devido a migração de microplásticos e substancias toxicas
“Gostaríamos de saber e já perguntamos em voz bem alta ao Ministério do Ambiente, qual é o impacto primeiro destas lonas irá ter no ecossistema daquela região. Quando nós falamos da produção de sal usando lonas é, exatamente, nós lançarmos lonas de plástico no chão e bombearmos água para lá e produzirmos sal. A preocupação em relação à saúde pública que nós perguntamos é que alguém tem que nos responder. Alguém nos consegue garantir que não vai haver migração de microplásticos, não vai haver migração de substâncias tóxicas que estão nos plásticos para o sal e os angolanos não irão consumir, “, questionou o presidente da Associação de Produtores de Sal.
Totas Garrido afirma que a produção de sal em Angola é produção secular baseada em argila, dando lugar a um produto orgânico e natural que não tem impacto a na saúde humana.
A seu ver, a questão invasão das salinas por alegados cidadãos asiáticos já é problema de soberania, por isso, apela ao governo a intensificar a fiscalização sobre a atividade praticada por estrangeiros nas salineiras, principalmente, nas regiões de Namibe, Bengo e Benguela, esta última que garante quase 90% do sal para do país.