Em Angola, o anúncio de mais uma nova paralisação dos transportes coletivos privados, para exigir a liberdade de um dos líderes dos taxistas angolanos, não tem rosto e soa alerta aos órgãos de defesa e segurança, tendo em conta os últimos acontecimentos. Taxistas demarcam-se da greve.
Ministro do Interior atribui à iniciativa a forças internas e externas, mas avisa que as autoridades não vão tolerar atos que “alterem” a segurança pública.
A greve dos taxistas terminou há uma semana, mas os ecos da paralisação continuam a empurrar para a cadeia activistas, líderes juvenis de partidos da oposição e também a dividir opinião entre angolanos.
Nas redes sociais circulam informações de um possível protesto dos taxistas para os dias 11, 12 e 13 deste mês. O diretor para a Comunicação e Imprensa da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Abel Ribeiro, reage e esclarece que a referida greve não tem nada ver com a organização.
“A ANATA não está envolvida, não apoia e não se reclama da paralisação anunciada para os dias 11, 12 e 13 de agosto. Mas queremos deixar claro que essas ações não têm qualquer ligação com a nossa associação. Não representam os nossos princípios, nem os verdadeiros interesses da classe dos taxistas”, demarcou-se o responsável.
O ministro angolano do Interior, Manuel Homem, atribui a iniciativa a vozes internas e externas, mas alerta que as forças da ordem vão repudiar quaisquer atos que descambem em violência.
“Sabemos que há vozes internas e externas que tentam usar a dor do nosso povo para semear divisão e desespero. Mas Angola é maior que a dor e mais forte que a discórdia. Mas também precisamos de repudiar os atos de violência que não representam a alma pacífica e solidária do povo”, avisou o governante.