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Banca Europeia Resiste à Tempestade: Rentabilidade Sobe 9,1% Apesar da Crise Geopolítica

A banca europeia manteve uma rentabilidade robusta e estável no primeiro trimestre do ano, contrariando as pressões da crescente instabilidade geopolítica e da guerra comercial impulsionada pelos Estados Unidos. Segundo o relatório de risco hoje divulgado pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), os lucros do setor subiram 9,1%, com um retorno médio sobre os capitais próprios (RoE) de 10,5%.

Apesar do ambiente de incerteza global e da descida das taxas diretoras pelo Banco Central Europeu (BCE) – fator que, em princípio, reduziria as margens financeiras –, os bancos conseguiram manter níveis elevados de rentabilidade ao reforçarem as receitas provenientes de comissões e operações de mercado. A EBA destaca que mais de 60% das instituições espera que esta componente continue a impulsionar os resultados nos próximos seis a doze meses.

A solidez da banca é particularmente visível em países como Itália e Espanha, que registaram RoE de 14,7% e 14,6%, respetivamente. Já economias como a Alemanha e França ficaram-se pelos 6,6%. Em mercados mais pequenos, como Roménia, Hungria e Chipre, os lucros ultrapassaram mesmo os 20%, revelando um dinamismo acima da média europeia.

A EBA sublinha, no entanto, que os riscos permanecem elevados. As tensões geopolíticas e o regresso de uma postura mais agressiva dos EUA no comércio internacional, liderada por Donald Trump, ameaçam setores estratégicos para a União Europeia. Entre os mais expostos estão o automóvel, o farmacêutico, o siderúrgico, o mineiro e o agrícola. Vários bancos europeus apresentam uma exposição relevante a estas áreas e ao próprio mercado norte-americano, especialmente através da dívida soberana.

A Alemanha surge como o país europeu com maior exposição direta aos Estados Unidos, superior a 10%, seguida pela França, Países Baixos e Espanha, com cerca de 8%.

O relatório adverte que os riscos geopolíticos devem ser incorporados nos modelos de negócio e na gestão interna das instituições, dado o seu impacto transversal. Além disso, apesar da estabilidade geral, a EBA detetou um ligeiro aumento da proporção de créditos não produtivos, que atingiram os 1,88% no final do ano passado, totalizando 375 mil milhões de euros – um acréscimo de 10 mil milhões face ao ano anterior.

No plano estrutural, os ativos dos bancos aumentaram 3,2% em 2024, alcançando os 28,2 biliões de euros.

Ainda que não existam sinais evidentes de degradação na qualidade dos ativos, a EBA reconhece uma subida no custo do risco, indicando que os bancos começaram a reforçar as provisões para eventuais perdas futuras. Este movimento traduz uma prudência acrescida perante um cenário internacional volátil, mas também a resiliência de um setor que soube adaptar-se para preservar a rentabilidade num contexto adverso.

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