A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda (BE) reúne-se no próximo domingo, em Lisboa, para uma sessão decisiva centrada na análise dos resultados das eleições autárquicas de outubro, na preparação das presidenciais de janeiro e na discussão da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2026 apresentada pelo Governo de Luís Montenegro.
De acordo com fonte oficial do partido, a ordem de trabalhos do órgão máximo entre convenções prevê um “balanço político aprofundado” das autárquicas do passado dia 12, nas quais o BE sofreu nova retração eleitoral. O partido, liderado por Mariana Mortágua, não conseguiu travar a tendência descendente registada nos últimos atos eleitorais, reduzindo a sua presença autárquica a níveis historicamente baixos.
Nas eleições deste mês, os bloquistas passaram de cinco vereadores e 94 deputados municipais para uma única vereadora em Lisboa — eleita no âmbito de uma coligação com o PS, o Livre e o PAN — e um total de apenas 17 deputados entre assembleias municipais e de freguesia. Estes resultados seguem-se à derrota nas legislativas de maio, que deixaram o BE com apenas uma deputada eleita, precisamente a coordenadora nacional Mariana Mortágua.
A reunião de domingo servirá igualmente para “avaliar o contexto político das eleições presidenciais”, num cenário que o partido descreve como de “hegemonia da direita em todo o país”. O BE já confirmou o apoio à candidatura de Catarina Martins, antiga coordenadora bloquista e atual candidata a Belém.
No campo da esquerda, Catarina Martins enfrentará outras candidaturas já anunciadas, nomeadamente as de António José Seguro, apoiado pelo PS, de António Filipe, apoiado pelo PCP, e de Jorge Pinto, deputado do Livre.
Outro ponto central da reunião será a análise do Orçamento do Estado para 2026, cuja proposta o Governo da AD apresentou na semana passada. O BE pretende definir uma resposta política e estratégica ao documento, considerando as suas implicações nas áreas sociais, laborais e fiscais.
As conclusões do encontro serão apresentadas ao final do dia em conferência de imprensa por Mariana Mortágua, que deverá traçar as linhas de atuação do partido nos próximos meses e clarificar a posição bloquista face às principais batalhas políticas de 2026.
De acordo com os estatutos do Bloco de Esquerda, a Mesa Nacional é o órgão máximo de direção entre convenções, cabendo-lhe “dirigir, no âmbito nacional, o Movimento e definir as orientações políticas gerais”.
A reunião de domingo surge, assim, como um momento crucial para o partido recuperar fôlego político e definir o seu papel no novo ciclo à esquerda.








