Detenção ocorreu em Castelo Branco. Polícia Judiciária confirma que o homem preparava-se para fugir para o estrangeiro. Vítima tinha 19 anos e morreu após ter sido esfaqueada à porta de um bar concessionado pela Associação Académica da Universidade do Minho.
Foi detido, esta quinta-feira, o homem suspeito de ter matado Manuel de Oliveira Gonçalves, conhecido por “Manu”, à porta do Bar Académico de Braga, na madrugada do passado sábado. A vítima, de apenas 19 anos, foi esfaqueada em zonas vitais do corpo, tendo acabado por morrer pouco depois de dar entrada nas urgências do Hospital de Braga.
Segundo informou a Polícia Judiciária (PJ), o presumível homicida foi localizado e detido em Castelo Branco, onde se encontrava refugiado numa zona isolada do interior do país. As autoridades acreditam que o indivíduo, de 27 anos e residente no Grande Porto, se preparava para fugir para o estrangeiro. A detenção foi realizada no âmbito de um mandado emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Guimarães.
Em comunicado oficial, a PJ afirma que o crime foi cometido com recurso a uma arma branca, numa sequência de confrontos físicos que ocorreram já no exterior do estabelecimento. Os incidentes terão começado no interior do bar, onde dois grupos de jovens se envolveram numa discussão acesa. Foram posteriormente expulsos do espaço, onde voltaram a confrontar-se, desta vez com violência física.
Foi nesse momento que o suspeito, alegadamente pertencente a um grupo de cinco jovens, agrediu a vítima com vários golpes de faca, atingindo-o na zona torácica e no braço direito. As feridas revelaram-se fatais. Apesar da rápida chegada de uma equipa de emergência, Manuel Gonçalves já apresentava sinais vitais muito debilitados e acabou por não resistir.
A Polícia Judiciária, através de diligências que descreve como “ininterruptas”, conseguiu identificar o agressor e segui-lo até ao local onde se escondia. A operação decorreu sem incidentes, culminando com a detenção do suspeito. O homem será agora presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Vila Nova de Famalicão, onde ficará a conhecer as medidas de coação aplicadas.
O homicídio gerou uma forte comoção entre a comunidade académica de Braga. Manuel Gonçalves era finalista do ensino secundário na Escola D. Maria II e tinha planos de ingressar no ensino superior. Na manhã desta quinta-feira, realizaram-se as cerimónias fúnebres, com velório na Igreja Nova de Gualtar e sepultamento no cemitério local.
O bar em frente ao qual tudo aconteceu, apesar de estar concessionado a uma entidade privada, pertence à Associação Académica da Universidade do Minho. Após o crime, a Universidade anunciou uma reavaliação das condições de segurança do espaço.
Recorde-se que, na noite do homicídio, a vítima ainda terá conseguido contactar o namorado da irmã, agente da PSP, na tentativa de obter ajuda. No entanto, a violência dos confrontos foi tal que, minutos depois, Manuel acabou por ser encostado a uma parede e agredido até cair ao chão, inanimado. Os agressores fugiram de imediato do local num automóvel.
A tragédia foi seguida por manifestações de pesar e homenagens públicas ao jovem, descrito por amigos e colegas como pacato, gentil e dedicado. A morte de “Manu” tornou-se símbolo de uma noite que marcou para sempre a cidade de Braga.
