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Castelo Branco apático e letárgico é liderado pelo PS há 28 anos

O debate dos candidatos a Castelo Branco na RTP foi marcado por crispação entre PS e PSD. Mas, excepto Leopoldo Rodrigues, todos os candidatos foram unânimes e concordaram que no último mandato pairou algum “marasmo, apatia e letargia” no desenvolvimento do concelho de Castelo Branco.

Castelo Branco tenta contrariar os problemas da desertificação do interior e ultrapassou os 53 mil habitantes nos últimos quatro anos. Contudo, o rendimento médio mensal situa-se nos 1.199 euros, 261 euros abaixo da média nacional. Estes deveriam ter sido os dois temas centrais do debate a seis na RTP.

Contudo, o debate na televisão pública ficou marcado por trocas de acusações entre o atual autarca socialista e o candidato apoiado agora pelo PSD/CDS, mas que já presidiu à autarquia pelo PS. De facto, o debate dos seis candidatos à Câmara de Castelo Branco ficou limitado por ataques recíprocos entre os candidatos do PS e do PSD.

Logo no arranque, o debate na RTP3 ficou ‘sinalizado’ com várias acusações entre o actual presidente da Câmara Municipal e candidato do PS, Leopoldo Rodrigues, e o candidato do PSD/CDS-PP, apoiado pelo Sempre-Movimento Independente, José Augusto Alves que foi vice-presidente e presidente do município pelo PS.

Contudo, excepto Leopoldo Rodrigues, todos os candidatos foram unânimes e concordaram que no último mandato pairou algum “marasmo, apatia e letargia” no desenvolvimento do concelho de Castelo Branco. A criação de emprego e atracção de empresas foi um dos tópicos mais discutidos.

Mário Camões, candidato da coligação Esquerda Livre, formada por independentes e apoiada por coligação dos partidos Livre e Bloco de Esquerda disse que “não houve estratégica económica” para o concelho e a atracção de investimento ficou-se pela “atracção de empresas que pagam baixos salários”.

Já o candidato da Iniciativa Liberal (IL), José Henriques, lamentou que em 2022, Castelo Branco era o concelho com o menor orçamento executado (50%), deixando-se “para fazer tudo à última”.

Defendeu que a política de atractividade em Castelo branco e a criação de empregos qualificados foram menores em castelo branco do que no Fundão ou na Covilhã.

José Augusto Alves, candidato do PSD/CDS-PP apoiado pelo Sempre, disse que não se podem andar três anos e meio sem fazer nada e depois, nos últimos quatro ou cinco meses “fazer alguma coisa”. Este candidato falou na necessidade de atrair jovens para o concelho e adiantou que tem um projecto para isso.

João Ribeiro, do Chega, lamentou que Castelo Branco tenha desperdiçado os fundos comunitários, sobretudo através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde apenas foram captados oito milhões de euros, dos quais disse que seis milhões dizem respeito ao Instituto Politécnico de Castelo Branco.

Fuga de jovens

O candidato da CDU, Carlos Canhoto, lamentou a saída da maioria dos jovens de Castelo branco, sobretudo, os qualificados. Disse ainda que em relação ao combate à desertificação e ao emprego, a grande responsabilidade tem que ser imputada ao Governo central salientando que o não encerramento de serviços públicos é fundamental.

Carlos Canhoto defendeu ainda que os “empregos precários e mal pagos não são bons nem contribuem para melhorar a economia”.

O actual presidente da Câmara Municipal e candidato do PS, Leopoldo Rodrigues, disse que Castelo Branco “está a fazer um caminho a procurar atrair empresas e definir uma estratégia de internacionalização”. Acrescentou que “não pode dizer que os empregos, sejam quais forem, são maus”.

Habitação e recuperação de centro histórico

A habitação e a recuperação do centro histórico de Castelo Branco foi outro dos temas a discussão. O candidato do Chega disse que é preciso haver “critérios transparentes” na habitação e questionou-se sobre o património imobiliário que a Câmara Municipal tem na zona histórica. “Como é que se pode combater um problema sem saber o que a Câmara Municipal tem?”.

José Augusto Alves, do PSD disse que tem um programa, o Habitar Castelo Branco, que inclui arrendamento jovem. Defendeu a redução de taxas e impostos para quem quiser investir no centro histórico e penalização para aqueles que deixam os imóveis devolutos.

O candidato da CDU, Carlos Canhoto, realçou a importância de se recuperar a zona histórica, mas salientou que para a CDU “a habitação é um direito e não uma esmola”. “Compete à Câmara em conjunto com o Poder central a reabilitação e a construção de habitação para renda acessível”.

José Henriques, da IL, defendeu a cedência por parte do município, de casas devolutas a quem as quiser recuperar. O candidato disse que existem mais de uma centena de habitações devolutas na zona histórica e disse que é preciso por os privados a recuperar esses imóveis.

Mário Camões defender que é preciso “repensar” o centro histórico e sobre o património em posse da autarquia, deve ser convertido” não só em habitação pública para jovens a renda acessível”, mas também “para a cultura”.

Leopoldo Rodrigues, do PS, defendeu que a recuperação da zona histórica “não é apenas um projecto para um mandato”. Falou em alguns projectos âncora que estão a ser desenvolvidos, como a escola de Chefs ou o Tribunal Central Administrativo e Fiscal e lamentou a inexistência de projectos para aquela zona quando tomou posse.

Falou ainda da revisão do Plano Geral de Urbanização (PGU) que vai permitir “politicas mais activas para a reabilitação da zona histórica”.

Nas eleições autárquicas de 2021, o PS obteve três mandatos, os mesmos que o movimento Sempre, liderado pelo ex-presidente do município, Luís Correia, e o PSD elegeu um vereador, João Belém. As eleições autárquicas realizam-se em 12 de Outubro.

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