Na próxima sexta-feira, 26 de setembro, às 18h30, o Centro Cívico de Castelo Branco vai receber a apresentação oficial dos candidatos do Partido Socialista à Câmara e à Assembleia Municipal. O evento contará com a presença do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, e será marcado por uma mobilização cuidadosamente planeada.
Segundo informações que circulam nos bastidores, está prevista a deslocação de centenas de pessoas de fora do concelho: 150 de Idanha-a-Nova, 100 do Fundão, 200 da Covilhã, e 100 de Penamacor. A logística está montada para garantir uma sala cheia — mesmo que o entusiasmo local não acompanhe o esforço partidário.
Leopoldo Rodrigues, atual presidente da Câmara e recandidato, opta por uma estratégia assente na imagem e no aparato. Enquanto Castelo Branco continua à espera de respostas concretas para os seus desafios — desde a fixação de jovens, ao apoio ao tecido económico local — a prioridade da candidatura parece ser a produção de eventos e anúncios sucessivos.
O slogan da campanha, “Gente de Confiança. Gente que Faz Acontecer”, contrasta com a perceção de muitos albicastrenses, que veem nesta recandidatura mais continuidade do que renovação. Os últimos anos ficaram marcados por promessas não cumpridas, obras anunciadas mas adiadas, e uma clara falta de visão estratégica para o concelho.
A presença de José Luís Carneiro é significativa, mas também reveladora: a candidatura precisa de apoio nacional para reforçar a imagem de força no plano local. O evento de sexta-feira será, inevitavelmente, mais uma ação de comunicação do que um momento de contacto real com a população.
Este tipo de mobilização levanta uma questão legítima: para que serve encher uma sala com apoiantes que não votam em Castelo Branco? O eleitorado merece autenticidade, não encenação. A política local não pode ser tratada como um espetáculo.
As campanhas devem servir para debater ideias, ouvir as pessoas, apresentar propostas concretas e demonstrar trabalho feito. Tudo o resto — slogans, multidões importadas e promessas vagas — só contribui para o desgaste da confiança na política.
Castelo Branco precisa de liderança real. Não de palco.
