O concelho de Castelo Branco perdeu o meio aéreo de combate a incêndios que estava em permanência no aeródromo municipal, uma decisão que gerou forte reação na mais recente sessão da Câmara Municipal. Em resposta, foi aprovada por unanimidade uma moção exigindo ao governo a reversão da medida, sublinhando a “importância estratégica” do aeródromo para a Proteção Civil e o combate a incêndios rurais
A ausência deste helicóptero de ataque inicial no nível I de empenhamento do dispositivo entre 1 de novembro e 14 de maio representa, segundo o documento aprovado, uma “redução significativa” na capacidade de resposta operacional. A moção destaca que a retirada do helicóptero bombardeiro ligeiro compromete a rapidez na resposta a incêndios rurais, especialmente devido à localização estratégica do aeródromo e à sua proximidade com a maior mancha florestal do país.
A autarquia frisa que a decisão resulta na transformação do Aeródromo Municipal de um Centro de Meios Aéreos Permanente para um Centro de Meios Aéreos Sazonal, algo que considera inaceitável. “Não nos parece razoável que aquele que é o maior Centro de Meios Aéreos do país, permanente desde 2018, deixe agora de o ser”, reforçou a Câmara Municipal de Castelo Branco.
Na moção apresentada pelo presidente da Câmara, Leopoldo Rodrigues, o município recorda que Castelo Branco é o terceiro maior concelho do país em extensão territorial e um dos que possui maior área florestal. A autarquia alerta ainda para as nove ocorrências registadas no período em questão no ano passado, reforçando a necessidade de manter a infraestrutura operacional durante todo o ano.
O documento também lembra que, em 2023, o Aeródromo Municipal de Castelo Branco foi designado como Centro de Meios Aéreos Ibérico do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia, reforçando a sua importância no contexto nacional e internacional.
A Câmara Municipal destacou ainda os investimentos feitos na infraestrutura, que incluem um investimento anual de 200 mil euros e um total de 350 mil euros nos últimos cinco anos para garantir o fornecimento de água e energia. “É um investimento significativo para assegurar o funcionamento contínuo do aeródromo”, enfatizou a autarquia.
Por fim, a Câmara de Castelo Branco informou que a moção será enviada a todas as entidades consideradas relevantes para sensibilização sobre esta matéria, esperando que o governo reavalie a decisão e restabeleça o meio aéreo de combate a incêndios na região.