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Castelo Branco: Um Palco de Incompetência e Caos

No coração de Castelo Branco, uma cidade que outrora fervilhava de vida, deu-se o inevitável. O Kioske Vidal, estrategicamente localizado frente aos imponentes edifícios da Câmara Municipal e do Tribunal, foi alvo de um assalto. Antes que qualquer investigação policial apurasse os factos, as redes sociais já fervilhavam com uma onda de xenofobia contra os imigrantes. Eis a primeira crítica: uma sociedade que se precipita em julgamentos, alimentada por uma liderança que fala mais do que faz.

A segurança na cidade, ou a gritante falta dela, é notória. Castelo Branco, antes um centro vibrante, está agora entregue às moscas, especialmente durante a noite. Uma caminhada pelo centro na madrugada revela um cenário desolador: ruas desertas e uma ausência total de policiamento. A culpa, dizem, recai sobre Leopoldo Rodrigues, o autointitulado “Alcaide” albicastrense. Alguns preferem chamá-lo de Xerife, mas na verdade, a atitude dele é tudo menos de um presidente de câmara.

Rodrigues governa com mais foco em festas e festivais do que em medidas políticas substanciais. A sua gestão é uma tempestade política, marcada por inexperiência e péssima assessoria. A cidade não precisa de festividades desmedidas, mas de segurança, organização e competência.

Castelo Branco enfrenta agora uma situação de promessas eleitorais vazias, promessas que nunca se concretizam. Discursos medíocres tornaram-se apanágio deste executivo, ditados a uma só voz: a de Leopoldo Rodrigues. As notícias nacionais, com problemas herdados de quase nove anos de socialismo absoluto, afetam profundamente a política local. O nepotismo é evidente, com exemplos claros em Castelo Branco e Idanha-a-Nova.

O Serviço Nacional de Saúde está em frangalhos, e episódios como o de uma grávida a dar à luz nas portas das urgências nas Caldas da Rainha e o hospital recusa recebe-la, são prova disso. Os polícias, descontentes e com razão, clamam por aumentos justos. Como podem estes profissionais assegurar plenamente a segurança de uma cidade? No interior, o descrédito nos políticos é enorme. Prometem muito, fazem pouco. O “tacho” está garantido, mesmo que a competência esteja ausente. Sentem-se intocáveis, mas estão enganados. A justiça pode demorar, mas quando atua, dói.

Não se podem queixar depois e alegar que à política o que é da política e à justiça o que é da justiça. Vivemos em democracia, mas os políticos precisam de aprender a comportar-se. A liberdade só é verdadeira quando exercida com responsabilidade, não com libertinagem, seja ela política ou de qualquer outra índole.

Uma Comunidade Diversificada e Integrada

É essencial reconhecer que Castelo Branco já alberga uma grande comunidade de imigrantes de vários países, integrados na sociedade como empresários e trabalhadores. Estudantes dos PALOP vêm para a cidade em busca de educação, contribuindo para a diversidade e o enriquecimento cultural da região. Claro que, como em qualquer comunidade, há desafios, e não se pode generalizar a partir de casos isolados.

A atitude homofóbica e xenófoba proliferada nas redes sociais é um veneno que alimenta o ódio e a desunião. Enquanto isso, muitos utilizadores das redes, ao partilharem detalhes das suas férias, inadvertidamente convidam à intrusão, deixando as suas casas vulneráveis. Isto, no entanto, não justifica a criminalidade, mas sim ressalta a necessidade de prudência e segurança.

Uma Oportunidade Perdida

Rodrigues devia, neste tempo de férias e calor, ter dado uma conferência de imprensa. Agora, já vai tarde, mas teria mostrado interesse e preocupação de uma verdadeira governação. Uma conferência de imprensa conjunta com uma campanha de segurança, assessorada pelas forças de segurança, PSP, GNR, Proteção Civil e Bombeiros, teria sido fundamental para alertar para os assaltos e os incêndios, promovendo a prevenção junto da população.

A Junta de Freguesia deveria ter sido mobilizada para trabalhar no terreno, participando utilmente e criando um gabinete para que as pessoas pudessem ligar e sentirem-se úteis. Este tipo de iniciativa não só teria aumentado a segurança e a confiança da população, como também demonstraria uma liderança proativa e comprometida com o bem-estar da cidade.

O Exemplo do Fundão e Outros Bons Modelos

Castelo Branco tem muito a aprender com o exemplo do Fundão, que tem um dos melhores projetos de integração de imigrantes do país. O Centro de Apoio ao Imigrante no Fundão é um exemplo brilhante de como uma comunidade pode ser acolhedora e inclusiva. Em vez de criticar e marginalizar os imigrantes, como infelizmente acontece em Castelo Branco, o Fundão abraça a diversidade e promove a integração cultural e social.

A experiência do Fundão mostra que é possível criar uma sociedade coesa e inclusiva, onde imigrantes se sentem valorizados e contribuem positivamente para a comunidade. Este modelo devia ser seguido em Castelo Branco. Em vez de alimentar preconceitos, deveríamos criar programas de apoio e integração, promovendo o entendimento e a cooperação entre todas as culturas que enriquecem a nossa cidade.

Leopoldo Rodrigues deveria seguir os bons exemplos dos municípios vizinhos e focar-se numa gestão que priorize a segurança, a integração social e a eficácia administrativa. É hora de ajustar o fato e trazer de volta a confiança e a vida ao centro da cidade e a toda a cidade que outrora foi de grande segurança, onde as pessoas eram felizes. Além disso, a cidade deve adotar uma abordagem inclusiva e acolhedora em relação aos imigrantes, aprendendo com exemplos de sucesso como o Fundão e outros municípios bem geridos do distrito.

Leopoldo Rodrigues: O Homem das Promessas Tardias

Leopoldo tem aprendido com quem não sabe nem faz bem. No distrito, temos bons exemplos como Vila de Rei, Sertã, Proença-a-Nova, Oleiros, Vila Velha de Ródão, Penamacor, Fundão, Covilhã e Belmonte. Infelizmente, Castelo Branco e Idanha-a-Nova, com presidentes focados no ego e com atitudes controversas, destacam-se pela falta de ações eficazes e pelo oportunismo político.

Leopoldo Rodrigues tem um talento especial para anunciar as coisas na altura errada: ou anuncia precocemente sem qualquer substância ou anuncia tarde demais, quando já se deu o “assalto à casa”. Este estilo de liderança tem deixado Castelo Branco numa situação precária, sem direção clara e com uma gestão que peca por ser reativa em vez de proativa.

É urgente que Rodrigues mude a sua abordagem, deixando de lado as promessas ocas e focando-se em ações concretas que devolvam a segurança e a confiança aos cidadãos. Só assim Castelo Branco poderá recuperar o brilho de outros tempos, tornando-se novamente uma cidade segura e próspera, acolhendo todos os seus habitantes, sejam eles naturais ou imigrantes, com o respeito e a dignidade que merecem.

Fernando Jesus Pires – Diretor de O Regiões

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Fernando Jesus Pires
Fernando Jesus Pireshttps://oregioes.pt/fotojornalista-fernando-pires-jesus/
Jornalista há 35 anos, trabalhou como enviado especial em Macau, República Popular da China, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul e Paralelo 38, Espanha, Andorra, França, Marrocos, Argélia, Sahara e Mauritânia.

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