O Chega solicitou a recontagem da votação nas autárquicas do Montijo, alegando «incongruências na validação dos votos no Tribunal do Montijo», segundo afirmou Nuno Valente, cabeça-de-lista do partido. A recontagem já teve início no tribunal local
Nuno Valente declarou à agência Lusa que o pedido se funda na detecção de várias incongruências registadas no momento da validação dos votos no Tribunal do Montijo. Acrescentou que a margem estreita de dez votos na Junta de Freguesia de Pegões também foi determinante para a decisão do partido.
Início da recontagem e envolvimento institucional
Fonte do Gabinete da Presidência da Câmara Municipal do Montijo confirmou à Lusa que a recontagem de votos teve início ainda hoje e deverá prosseguir na quinta-feira.
Segundo o Jornal de Notícias, o movimento Montijo com Visão e Coração (MVC) venceu a Câmara Municipal com 6 452 votos (27,48 %), impondo-se ao Chega, que obteve 5 821 votos (24,79 %). Na freguesia de Pegões, o MVC também venceu com 495 votos, apenas dez votos acima do Chega (485 votos) — margem que o partido considerou insuficiente perante possíveis irregularidades.
Alegações do Chega e elementos em disputa
O Chega sustenta que as incongruências aconteceram no processo de validação dos boletins e envolvem discrepâncias que, no entender do partido, poderão alterar resultados em casos de margens reduzidas. O pedido de recontagem incide não somente no município em geral, mas especificamente na freguesia onde a diferença foi mínima.
Apesar do pedido, Nuno Valente reconheceu que a dimensão da vitória do MVC na câmara municipal — com uma vantagem de 631 votos face ao Chega — torna improvável uma reversão total dos resultados municipais.
O Chega exige que a recontagem seja abrangente e transparente, visando assegurar a integridade do acto eleitoral e a confiança dos cidadãos no processo.
Contexto político local
No Montijo, a disputa eleitoral mostrou uma polarização acentuada: o MVC, encabeçado por um candidato dissidente do PS, venceu a presidência da câmara e várias freguesias, inclusive Pegões por margem estreita. O Chega posicionou-se como segunda força mais votada no município, mas tenta, com este pedido de recontagem, contestar partes específicas do escrutínio onde a margem de votos foi muito reduzida.
Consequências potenciais e próximos passos
A recontagem poderá confirmar, corrigir ou anular resultados em freguesias com margens mínimas. Se forem detectados erros materiais ou justificativos suficientes, poderá haver impugnações locais ou pedidos de decisão judicial. Seja qual for o resultado do processo de recontagem, o episódio reforça o escrutínio público e político sobre procedimentos eleitorais locais, especialmente em situações de contagens apertadas.