O Chega vai reforçar a sua presença na Assembleia da República com 15 novos deputados, entre os quais se destaca um ex-assessor político que esteve envolvido numa grave polémica ao celebrar publicamente a morte de Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano abatido por um agente da PSP no bairro da Cova da Moura.
O partido liderado por André Ventura saiu das legislativas de domingo com um crescimento expressivo, elegendo pelo menos mais oito deputados do que nas eleições anteriores. O número final poderá ainda aumentar, uma vez que falta concluir o apuramento dos círculos da emigração, que elegem quatro assentos.
Entre os novos eleitos está Ricardo Reis, ex-assessor político do Chega na Assembleia da República, membro da direção da Juventude Chega e suplente no Conselho de Jurisdição Nacional do partido. Reis foi eleito pelo círculo de Setúbal, onde ocupava a sexta posição da lista. Em outubro de 2024, gerou indignação ao escrever na rede social X: “Menos um criminoso… menos um eleitor do Bloco”, reagindo à morte de Odair Moniz. A declaração levou a Procuradoria-Geral da República a abrir um inquérito, que abrangeu também André Ventura e o líder parlamentar do partido, Pedro Pinto.
Além de Ricardo Reis, outros jovens ligados à juventude partidária foram eleitos. Lina Pinheiro, coordenadora da Juventude Chega de Vila Nova de Famalicão, foi eleita pelo círculo de Braga. Rui Cardoso, ex-assessor do grupo parlamentar para a área da Educação e antigo candidato à Câmara Municipal de Viana do Alentejo, conquistou lugar por Lisboa.
O partido também promoveu quadros intermédios e dirigentes locais. Paulo Seco, líder distrital de Coimbra, foi eleito pelo respetivo círculo. Patrícia Almeida, vice-presidente da distrital de Lisboa e deputada municipal em Loures, também foi eleita por Lisboa.
João Lopes Aleixo, presidente da Mesa da Convenção Nacional e do Conselho Nacional do Chega, tornou-se deputado por Portalegre. É igualmente deputado municipal em Lisboa desde fevereiro, após a saída de Nuno Pardal, arguido num caso de prostituição de menores.
Nos Açores, Francisco Lima substituiu Miguel Arruda, afastado após ser acusado de roubo de bagagens no aeroporto. Lima, veterinário e empresário do setor químico, transita do parlamento regional açoriano para a Assembleia da República.
De Setúbal foi também eleita Cláudia Estêvão, enfermeira e vogal da Assembleia de Freguesia da Quinta do Anjo, em Palmela. António Ricardo Moreira, deputado municipal em Olhão e adjunto da distrital de Faro, conquistou um assento pelo Algarve.
Cristina Vieira, médica e adjunta da Comissão Política Distrital de Leiria, foi eleita por este círculo. Vieira é também candidata anunciada à Câmara Municipal de Óbidos e integrou as listas do partido às eleições europeias de 2024, como suplente.
Por Santarém, foram eleitos Catarina Salgueiro, advogada e candidata à Câmara de Almeirim, e José Dotti, presidente da distrital. Do distrito de Aveiro chega Pedro Tavares dos Santos, secretário da Comissão Política Distrital, conhecido por declarações contra as vacinas e medidas de proteção sanitária durante a pandemia.
Pelo Porto foram eleitas Idalina Moreira Costa, advogada, e Patrícia Nascimento, completando a lista de 15 novos deputados que irão reforçar o grupo parlamentar do Chega nesta legislatura.
A entrada deste conjunto de novos rostos, muitos com ligações diretas à estrutura partidária e à Juventude Chega, representa uma clara estratégia de consolidação interna e expansão da influência do partido no Parlamento. Resta saber como estas figuras vão moldar o discurso e a ação política do Chega nos próximos quatro anos.
Será que isso significa que se o Chega tivesse a pasta das policias, iria defender qua as mesmas pudessem matar pessoas suspeitas para poupar nos julgamentos ? E nesse caso será que se um policia visse um deputado do Chega a roubar malas ou a abusar sexualmente de um menor poderia atirar a matar ?