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Ciclo de Conferências ” À Conversa no Centeio” – Fundão

No próximo dia 27 de setembro, a Moagem – Cidade do Engenho e das Artes recebe a quarta edição do ê “À “. Depois do DEAMBULAR, o ALUMIAR e o PENSAR, é agora a vez do NEGAR.

Com curadoria de André Barata e Jose Gomes Pinto, esta edição conta com a participação de Maria Filomena Molder (filósofa), Rui Nunes (escritor), Manuel José Damásio (prof. universitário) e Jonas Runa (artista). A finalizar o dia, teremos ainda a inusitada (ou não) fusão com o Hip-Hop, pela mão de Edgar Silva (CEVAS).

Foto: D.R.

Sobre

À CONVERSA NO CENTEIO – Negar

Curadoria: André Barata e José Gomes Pinto

 

«Mas esta atividade formadora não tem só um sentido positivo de que por ela, a consciência que serve, enquanto puro ser para si, chegue a ser-se algo que é, mas também o significado negativo contra o seu primeiro momento, o temor (die Furcht)».

G.W.F. Hegel, Fenomenologia do espírito (1807), p. 127.

Dado o conceito, feito verbo, negar como mote de tematização, como objeto a pensar, não seria descabido relembrar, ainda que brevemente, a literatura contemporânea e centrar-nos em duas figuras encarnam a dialética que entranha o problema que levantámos desde GWF Hegel.

Pensamos, por um lado, no Capitão Ahab, de Moby Dick, mas pensamos também no seu contraponto, numa das personagens mais carismáticas da literatura contemporânea, que é Bartleby, O Escrivão.

O que está em jogo são estes dois personagens de Herman Melville, a quem se costuma associar a figura tanto da afirmação (da vontade indómita), como da negação (da vontade absoluta).

Procuramos assim pensar o que significa na actualidade negar. Procuramos fazer figurável o exercício do negar, mas também aquele que sobre ele impende, o afirmar. Entre os dois, surge, como espectro que os ronda, nos dias de hoje, a ideia de oportunidade que nos permite repensar o sentido comum enquanto estrutura estável e que esmorece tanto a afirmação como a negação.

Tal pressuposto acompanha as origens da Filosofia, tendo havido diversas formulações ao longo da sua história: de Platão a Pirro, de Fichte e Hegel a Nietzsche. Mas essa tensão está também presente em todas as artes, da literatura à pintura. Ainda que no negar não tenha havido nunca qualquer figuração física, ainda que de Ahab, o seu contrário, tenham resultado muitas mais figurações que de Bartleby, surgindo o negar mais como uma aporia.

Um verbo, uma tensão aberta, dois personagens filhos da mesma imaginação, constituem o mote para percorrer o que significa uma tomada de posição final: negar; usaremos para tal, como habitual nestes encontros, o diálogo.

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