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Cientistas criam luz a partir do “nada” ao manipular tempo e espaço: uma descoberta que desafia as leis da física

Num avanço que parece saído das páginas da ficção científica, uma equipa de investigadores das universidades de Rostock (Alemanha) e Birmingham (Reino Unido) conseguiu gerar flashes de luz a partir do “nada” — e desaparecerem com a mesma subtileza com que surgiram. Publicado na conceituada revista Nature Photonics, o estudo explora o papel do tempo não como um cenário passivo, mas como um agente ativo que pode moldar a própria realidade

A descoberta resulta de uma abordagem ousada e inovadora: manipular o tecido espácio-temporal para provocar fenómenos físicos inéditos. Em vez de depender apenas das tradicionais variáveis do espaço, os cientistas deram protagonismo ao tempo, uma dimensão frequentemente tratada de forma secundária na física.

“É quase bíblico. No início não há nada, e depois a física diz: ‘Que haja luz!’ – e aí está ela, num ponto específico do espaço e do tempo,” descreveu o professor Alexander Szameit, da Universidade de Rostock.

Cientistas criam luz a partir do “nada” ao manipular tempo e espaço: uma descoberta que desafia as leis da física
Foto: Optica – Alexander Szameit

Tempo como ferramenta ativa na ciência

Tradicionalmente, o tempo tem sido visto como uma dimensão unidirecional — a famosa “seta do tempo”, conceito cunhado pelo astrofísico britânico Sir Arthur Eddington. Ao contrário do espaço, onde nos podemos mover para qualquer direção, o tempo só avança. Mas e se essa característica pudesse ser usada como vantagem?

Inspirados por investigações recentes sobre cristais espácio-temporais — estruturas que exibem padrões regulares tanto no espaço como no tempo —, os cientistas decidiram explorar como manipulações temporais poderiam influenciar diretamente a matéria e a energia.

Luz estável, gerada com precisão cirúrgica

O resultado? Explosões de luz extremamente precisas e estáveis, surgindo apenas num ponto exato do espaço e do tempo, governadas por princípios matemáticos profundos da topologia. Esta área da matemática estuda as propriedades dos objetos que permanecem invariantes mesmo quando são esticados, torcidos ou deformados — e agora está a iluminar (literalmente) novos caminhos na física.

“Graças às regras da topologia, conseguimos gerar luz que é naturalmente protegida contra perturbações externas”, explicou a professora Hannah Price, da Universidade de Birmingham.

Cientistas criam luz a partir do “nada” ao manipular tempo e espaço: uma descoberta que desafia as leis da física
Foto: Universidade de Birmingham – Hannah Price

Ao contrário da maioria dos estados de luz conhecidos, que podem ser facilmente perturbados por ruído externo ou alterações ambientais, estes flashes são surpreendentemente robustos.

Aplicações futuras: comunicações, lasers e imagem médica

Segundo o Dr. Joshua Feis, da Universidade de Rostock, este nível de estabilidade é raro e abre portas para aplicações práticas. Tecnologias como sistemas de imagem, comunicações ópticas e lasers poderão beneficiar da criação de estados de luz mais controlados e menos suscetíveis a falhas.

O Dr. Sebastian Weidemann acrescenta que esta nova abordagem, ao tratar o tempo como uma variável ativa e aliá-lo à topologia, mostra que mesmo áreas muito exploradas da ciência ainda escondem segredos profundos.

Uma nova era para a física?

Esta descoberta é um lembrete poderoso: ainda há muito para descobrir, mesmo nos fundamentos da realidade. Ao repensar conceitos como o tempo e aliar matemática avançada a experiências cuidadosamente controladas, os cientistas estão a abrir portas a um universo de possibilidades — literalmente.

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1 COMENTÁRIO

  1. Um artigo interessante que ajuda o jornal Regiões a mostrar que não vive obcecado com o politico A ou B e ao mesmo tempo ajuda a “cultivar” os seus leitores. Por exemplo a conhecida revista Playboy não se dedicava somente a gajas, também entrevistou o Steve Jobs, o John Lennon e o Fidel Castro e publicou contos do Gabriel Garcia Marquez e do Ray Bradbury. A palavra chave era sofisticação. E o Regiões não perde nada em ter alguma sofisticação para evitar ser considerado 100% popularucho.

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