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Conclave: Prevost e Parolini taco-a-taco até à última

Robert Prevost foi eleito Papa Leão XIV nesta Quinta-feira, após quatro votações no conclave do Vaticano, superando o cardeal Pietro Parolin, inicialmente favorito. A informação foi avançada pelo jornal italiano Il Corriere della Sera.

O cardeal norte-americano de 68 anos, de ascendência espanhola, italiana e francesa, obteve 89 votos na quarta e última volta, ultrapassando a fasquia mínima de dois terços exigida. A eleição, concluída no segundo dia de deliberações, surpreendeu pela queda abrupta de Parolin, secretário de Estado do Vaticano, que liderara as três primeiras votações.

Na terceira ronda, realizada após o meio-dia de Quinta-feira, Parolin somava 49 votos contra 38 de Prevost, segundo o Corriere della Sera. O italiano, que presidiu ao conclave, terá optado por renunciar à candidatura, antevendo dificuldades em consolidar apoio além dos 50 votos. «Avançou com consciência de que não ultrapassaria a fasquia dos 50 votos», descreve o matutino transalpino.

O desfecho ecoa a eleição do Papa Francisco, há uma década, quando o então arcebispo de Buenos Aires superou o favorito Angelo Scola na quinta votação. Leão XIV, tal como o pontífice octogenário, beneficiou de uma base transversal: conquistou progressistas pela ligação às reformas de Francisco, moderados pela abordagem conciliatória e conservadores pelo perfil doutrinal equilibrado.

A influência de Prevost no Dicastério dos Bispos — órgão responsável pela nomeação de prelados — terá sido decisiva. «A maioria dos cardeais conhecia-o bem pelo trabalho institucional, o que facilitou consensos», explicou uma fonte vaticana à agência Lusa.

Trajectória Pastoral e Perfil Moderado

Nascido em Chicago, Prevost destacou-se como missionário no Peru durante 12 anos, experiência que moldou a sua visão sobre pobreza e justiça social. Nomeado arcebispo em 2014 por Francisco, dirigiu o Dicastério dos Bispos desde 2020, cargo que o colocou no centro da governação da Igreja.

Apesar de visto como «continuador» do legado do actual Papa, analistas citados pelo Observador sublinham que o novo líder católico adopta posições mais cautelosas em temas como a moralidade familiar e a descentralização da Igreja. «É uma figura de transição, capaz de dialogar com diferentes sensibilidades», afirmou o teólogo Marco Politi ao diário Público.

Além de Parolin, destacaram-se na corrida os cardeais Matteo Zuppi (Itália), Luis Tagle (Filipinas) e Jean-Marc Aveline (França). Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana, era apontado como alternativa para um pontificado curto de transição, enquanto Tagle representava a ala reformista.

Prevost, porém, consolidou apoio progressivo, capitalizando a reputação de gestor pragmático e a proximidade com Francisco. A eleição do primeiro Papa americano da história reflecte, segundo a Reuters, «uma mudança geopolítica no seio da Igreja, com o crescente peso das comunidades católicas fora da Europa».

Implicações para o Futuro da Igreja

A escolha de Leão XIV sugere um equilíbrio entre inovação e tradição. Espera-se que mantenha a ênfase em temas como a ecologia integral e o combate aos abusos, mas com menor ênfase em reformas estruturais radicais.

O novo Papa dirigirá uma Igreja com 1,3 mil milhões de fiéis, num contexto de desafios como a secularização no Ocidente e a perseguição religiosa em países asiáticos e africanos. A sua primeira aparição pública está marcada para Domingo, na Praça de São Pedro.

A eleição ocorreu no mesmo dia em que o Vaticano divulgou um relatório sobre finanças, destacando a necessidade de maior transparência — agenda que Leão XIV prometeu priorizar. A cerimónia de entronização está prevista para 1 de Novembro, solenidade de Todos os Santos.

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