A MOP bomb (Massive Ordnance Penetrator) é a maior bomba convencional não-nuclear dos Estados Unidos, especificamente projectada para destruir instalações subterrâneas profundamente fortificadas. Oficialmente denominada GBU-57A/B, esta arma representa o ápice da tecnologia militar americana para combater alvos enterrados e blindados.
Foi usada, pela primeira vez, na madrugada deste Domingo, pelos Estados Unidos contra o Irão.
A MOP é uma bomba de dimensões impressionantes que pesa aproximadamente 13.600
quilogramas (30.000 libras) e mede 6,2 metros de comprimento com 80 centímetros de
diâmetro. Sua construção robusta utiliza uma liga de aço de alta densidade que compõe cerca de 80% do peso total da bomba, permitindo-lhe penetrar materiais extremamente resistentes.
A bomba carrega uma ogiva explosiva de 2.400 quilogramas, representando apenas uma
fracção do seu peso total. Sua capacidade de penetração é extraordinária: pode atravessar até 61 metros de profundidade em solo ou perfurar 8 metros de concreto armado antes de
detonar. Funcionários de defesa americanos afirmam que a MOP pode penetrar até
aproximadamente 60 metros, embora sua capacidade tenha provavelmente melhorado após duas décadas de desenvolvimento adicional.
Precisão Guiada
A MOP utiliza um sofisticado sistema de navegação GPS combinado com sistema inercial
(INS) que garante precisão dentro de alguns metros do alvo pretendido. Esta precisão é crucial para atingir objectivos específicos e altamente protegidos que bombas convencionais não conseguiriam destruir.
Um dos componentes mais avançados da MOP é sua espoleta inteligente, capaz de detectar
espaços vazios durante sua trajectória descendente, como salas e andares, detonando no
ponto mais efectivo para maximizar os danos internos. Alguns modelos também incluem
microfones e micro controladores que contam o número de andares até a bomba atravessar o número desejado de pisos.
Devido ao seu tamanho e peso extraordinários, apenas o bombardeiro furtivo B-2 Spirit da
Força Aérea americana pode transportar e lançar a MOP. Os Estados Unidos possuem 19
unidades operacionais do B-2, e cada aeronave pode carregar duas bombas MOP, uma em
cada compartimento de bombas.
O B-2 pode lançar a MOP de uma altitude de aproximadamente 15.000 metros (50.000 pés), permitindo manter distância segura das defesas antiaéreas inimigas. Embora voe em
velocidades subsónicas, o B-2 pode reabastecer em voo, permitindo-lhe cobrir distâncias
excepcionais em missões globais.
A MOP foi desenvolvida pela Boeing sob contrato do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea
(Air Force Research Laboratory) no início dos anos 2000. O desenvolvimento custou
aproximadamente 400 milhões de dólares, sido motivado pelo desempenho insatisfatório de bombas “quebra-bunker” menores durante a invasão do Iraque em 2003.
Os primeiros testes da MOP foram conduzidos em 2004, com testes de voo realizados entre
2008 e 2010 no White Sands Missile Range, no Novo México. Em 2009, a Boeing recebeu
contractos para completar a integração da MOP com as aeronaves, resultando na produção de pelo menos 20 bombas até Novembro de 2015.
Primeiro Uso em Combate
Segundo informações recentes, a MOP foi utilizada pela primeira vez em combate em 22 de
junho de 2025 durante ataques americanos às instalações nucleares iranianas. A operação
“Midnight Hammer” empregou bombardeiros B-2 que lançaram 14 bombas GBU-57 MOP contra as instalações de Fordow e Natanz.
A MOP foi especificamente projectada para atingir instalações como a Usina de Enriquecimento de Combustível de Fordow, no Irã, completamente enterrada sob uma
montanha com alguns bunkers protegidos por até 90 metros de rocha. Esta instalação
representa um dos alvos mais desafiadores para armas convencionais devido à sua localização e fortificação.
A MOP representa uma capacidade militar exclusivamente americana, pois nenhum outro
país possui tanto a bomba quanto a plataforma de lançamento necessária. Israel, apesar de seus pedidos repetidos ao longo dos anos, nunca recebeu acesso à tecnologia MOP dos
Estados Unidos.
Futuro da Tecnologia
A Força Aérea americana está desenvolvendo o Next Generation Penetrator (NGP),
destinado a substituir eventualmente a MOP. O objectivo é criar uma arma três vezes menor que a MOP actual, permitindo que aeronaves menores a transportem, mantendo a mesma capacidade de penetração por meio de maior densidade ou assistência por foguetes.
A MOP bomb representa, portanto, o estado da arte em armamento convencional para
destruição de alvos subterrâneos fortificados, simbolizando tanto a supremacia tecnológica
militar americana quanto a escalada das tensões geopolíticas globais.
 é a maior bomba convencional não-nuclear dos Estados Unidos, para destruir instalações subterrâneas){kind=link}