A entrega do Prémio Follett 2025 marcou o encerramento do Congresso Internacional de Gestão Humanizada, realizado nos dias 25 e 26 de setembro, na Covilhã, região Centro de Portugal, uma iniciativa que reuniu oradores internacionais no Anfiteatro das Sessões Solenes da Universidade da Beira Interior (UBI).
Com o objetivo de servir de espaço de reflexão sobre os grandes desafios da gestão contemporânea, o evento foi promovido pela ID Singular, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e com a própria UBI. Estiveram presentes no congresso académicos, gestores e especialistas de referência de vários países lusófonos, num debate centrado em temas como liderança ética, inovação, saúde mental e práticas de gestão humanizada.
Integrado neste contexto, o Prémio Follett foi entregue durante a sessão de encerramento, dia 26, reconhecendo organizações e líderes que promovem práticas de gestão humanizada e o desenvolvimento das pessoas nos objetivos estratégicos das suas instituições. Inspirado no legado de Mary Parker Follett, referência do pensamento moderno em liderança colaborativa, o prémio tornou-se símbolo de uma nova cultura organizacional baseada na ética, empatia e sustentabilidade.
Yuri Costa, CEO da ID Singular e cofundador do Prémio Follett, considera que a realização da primeira edição do Prémio Follett, em Portugal, representa um “passo decisivo na construção de um movimento global pela Gestão Humanizada”.
“O prémio nasceu junto à terceira edição do Congresso Internacional de Gestão Humanizada (CIGH), na Covilhã, reafirmando a importância de promover espaços de reconhecimento, partilha e inspiração entre líderes e organizações comprometidas com um novo paradigma de gestão. Vivemos um tempo de contrastes: o avanço acelerado das tecnologias e da Inteligência Artificial, a pressão por resultados de curto prazo e o acirramento da competição nas organizações têm colocado à prova os modelos tradicionais de liderança. Nesse cenário, torna-se urgente resgatar uma visão mais humana da gestão, que reconheça que a inovação e o desempenho sustentáveis nascem das pessoas, e não apenas dos processos”, explicou Yuri Costa.
Este responsável garante que a ideia é criar uma “plataforma internacional de reconhecimento e inspiração, voltada a valorizar práticas que conciliam propósito, performance e prosperidade compartilhada”.
Os seus organizadores defendem que o Prémio Follett confere o “Selo de Excelência em Gestão Humanizada”, assegura visibilidade global através da publicação dos projetos vencedores em revistas especializadas e fomenta networking entre líderes e especialistas de todo o mundo. O galardão destaca práticas de impacto positivo, que “transformam culturas institucionais e evidenciam o potencial humano como base da inovação e do crescimento sustentável”.
Entidades premiadas pelo desempenho e ações
O Prémio Follett 2025 destacou diversas organizações cujas práticas representam uma nova forma de liderar e de gerir pessoas, “mais empática, sustentável e transformadora”. De Portugal ao Brasil, passando por Angola, os vencedores demonstram que a excelência institucional nasce do equilíbrio entre resultados e humanização.
Conheça os vencedores:
Categoria Ritmo
A organização Emater-MG (Brasil) foi reconhecida pela iniciativa Gestão de Pessoas e Educação de Qualidade: Estratégias de Aprendizagem Organizacional na Emater-MG. Conduzido pelo Departamento de Recursos Humanos (DEPRH) e liderado por Renata Bittencourt, Samantha Barbosa, Alinne Freitas, Daniel Fernandes, Carlos Alberto e Renata Conceição, o projeto desenvolve competências técnicas e comportamentais por meio de capacitações presenciais, híbridas e a distância, alinhadas ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 da ONU. Com diagnóstico permanente e avaliações contínuas, assegurou eficácia, uso eficiente de recursos e superação de desafios. Consolidou-se como modelo de gestão do conhecimento, evidenciando que investir no capital humano é pilar da excelência institucional, da sustentabilidade e da humanização do trabalho, posicionando a Emater-MG como referência no setor público.
Categoria Potência
O Grupo Casais (Portugal – Angola) venceu com o programa Escola na Obra, inscrito por Margarida Silva. Voltado aos colaboradores operacionais em Angola, o programa oferece alfabetização em língua portuguesa, matemática e cidadania, com conteúdos ajustados ao contexto laboral. Inserido no programa “Juntos no Desenvolvimento, Formar para o Futuro”, o projeto responde a lacunas identificadas e reforça que educação e inclusão são investimentos no potencial humano. O Grupo Casais demonstra compromisso com o crescimento sustentável, seguro e inclusivo de comunidades e pessoas.
Categoria Vitalidade
A Anglo American conquistou o prémio com a iniciativa Nós Cuidamos, destinada à promoção do bem-estar integral de seus empregados, com ênfase na saúde mental. Responsáveis Letícia Guimarães, Anna Paula Reis Bandeira e Gustavo Henrique Broilo Campos estruturaram ações de acolhimento e escuta ativa, contemplando psicoterapia on-line, avaliações psicossociais e campanhas de sensibilização. Organizado em pilares: corpo saudável, mente saudável, saúde financeira e conexões verdadeiras, o programa oferta suporte contínuo, preventivo e emergencial, fortalecendo o equilíbrio individual e coletivo.
Categoria Movimento
O vencedor Federaminas, com a iniciativa Jornada de Capacitação Para Mulheres – Impulso Feminino, proposta pela presidente da Federaminas Mulher, Izabel Mendes, fortalece lideranças femininas nas Câmaras de Mulheres Empreendedoras. O projeto incentiva autoconhecimento e responsabilidade como fundamentos da liderança mais humana, capaz de promover mudanças culturais e sociais. Ao impulsionar negócios, estimula transformação institucional e comunitária, consolidando um movimento de empoderamento e gestão sensível.
Categoria Sinergia
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) do Brasil foi premiado com a iniciativa Encontros de Integração RH/INPI: Um Estudo de Caso sobre a Estratégia de Pessoas que Constrói Sinergia e Propósito Institucional em um Contexto de Trabalho Híbrido. Representado por Lara, o INPI implementou encontros presenciais, metodologias ativas, capacitações e workshops para estimular colaboração, engajamento e pertencimento em trabalho híbrido. A ação elevou o
instituto à frente da média das autarquias federais em governança e gestão de pessoas, demonstrando que produtividade e bem-estar podem caminhar juntos no serviço público.
Interior português conheceu projetos vencedores
A realização do encontro no Interior de Portugal foi apontada pelos organizadores como uma “valorização do território e uma prova de que o conhecimento produzido fora dos grandes centros urbanos tem projeção internacional”.
Com entrada gratuita, o congresso destacou-se ainda pela aproximação entre o meio académico e o tecido empresarial, incentivando a criação de redes de cooperação no espaço lusófono.
“A primeira edição foi um sucesso, reunindo experiências notáveis e premiando cinco organizações de vanguarda que traduzem, nas suas práticas, o equilíbrio entre resultados e cuidado. (…) Escolher Portugal como o ponto de partida deste novo capítulo tem um significado especial. O país, marcado pela sua diversidade cultural e pela presença de vários imigrantes que enriquecem o tecido social e profissional, representa um espaço de encontro entre tradições e futuro, um território fértil para semear ideias que unem inovação e humanidade. A continuidade do Prémio Follett será essencial para consolidar essa rede global e expandir as práticas da Gestão Humanizada, promovendo uma cultura de liderança consciente e sustentável em diferentes países e contextos”, finalizou Yuri Costa.
Segundo apurámos, em breve, serão abertas as inscrições para o Prémio Follett 2026, “convidando novas organizações e líderes a fazerem parte deste movimento internacional por uma nova forma de gerir e transformar o mundo do trabalho”.