Num cenário de crescente descontentamento e contestação dentro da classe profissional, a Polícia de Segurança Pública (PSP) enfrenta uma crise alarmante com uma acentuada diminuição no número de candidatos à Escola Prática de Polícia. Ao longo de pouco mais de uma década, a estatística desceu de 10.000 para apenas 3.000 aspirantes.
No mais recente curso documentado pela agência Lusa, a realidade é clara: 500 alunos ávidos por uma colocação em Lisboa. Entretanto, a jornada até junho, quando deixarão Torres Novas para serem alocados a uma esquadra na capital, será marcada pela exigência física, disciplina rigorosa e, muitas vezes, pela falta de motivação, resultando na inevitável desistência de alguns participantes.
A recente alteração na idade de acesso à PSP, ocorrida há dois anos, permitiu a entrada de candidatos mais jovens (a partir dos 18 anos) e mais experientes (até aos 30 anos). Contudo, essas mudanças não se traduziram em um aumento significativo no número de aspirantes à Escola Prática de Polícia.
Em 2012, aproximadamente 10.000 indivíduos almejavam integrar as fileiras da PSP. No entanto, ao longo de pouco mais de uma década, esse número desabou para apenas 3.000. Elisa Borges, diretora de formação, admite que, com o passar dos anos, a profissão policial perdeu atratividade aos olhos dos potenciais candidatos.
Enquanto o descontentamento das forças policiais ecoa nas ruas e esquadras, dentro dos muros da Escola Prática de Polícia, aparentemente, o silêncio prevalece em relação à contestação generalizada. A falta de interesse em ingressar na PSP é um sintoma preocupante que destaca a necessidade urgente de abordar as razões subjacentes a essa crise de recrutamento e revitalizar o apelo da profissão policial perante a sociedade.
