O cais de Vila Velha de Ródão amanheceu coberto por uma densa espuma branca na terça-feira, 25 de março, um fenómeno recorrente que continua a causar preocupação. As autoridades já iniciaram investigações para determinar a origem e o impacto ambiental da ocorrência
O presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, afirmou que o episódio está relacionado com descargas provenientes de barragens espanholas. “Sempre que as barragens de Espanha fazem descargas, este cenário repete-se. A Câmara Municipal está atenta à situação e já comunicou a ocorrência à Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, declarou.
O autarca criticou aqueles que rapidamente responsabilizam empresas locais pela poluição, sem analisar os fatos. “Esta espuma espessa é visível no Tejo desde a barragem de Cedilho, a montante de Vila Velha de Ródão. Se as empresas locais fossem as responsáveis, estaríamos perante um fenómeno inexplicável, com a água voltando contra a corrente”, ironizou.
A GNR, através do Serviço Especial de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA), deslocou-se ao local para recolher amostras da água. Paralelamente, a APA conduziu uma investigação, recolhendo amostras nos dias 24 e 25 de março em Cedilho, Perais e Vila Velha de Ródão. As análises estão a ser realizadas pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA), com o objetivo de identificar a origem da poluição e avaliar sua toxicidade.
A poluição do Tejo é um problema recorrente, com impactos ambientais e económicos para as comunidades ribeirinhas. A Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão reafirma seu compromisso em monitorizar a situação e exigir medidas eficazes para prevenir novos episódios. Entretanto, aguarda-se com expectativa os resultados das análises para compreender a dimensão do problema e as medidas que poderão ser adotadas para minimizar os danos ao ecossistema do rio Tejo.
