Copenhaga anuncia compra de 16 novos F-35 e investe milhares de milhões em defesa aérea e presença no Ártico
A Dinamarca vai reforçar significativamente a sua capacidade militar com a aquisição de mais 16 aviões de combate F-35 aos Estados Unidos, elevando para 43 o número total de unidades deste modelo na frota da Força Aérea dinamarquesa. O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, num contexto de crescente tensão na região e após recentes incidentes com drones de origem desconhecida no espaço aéreo nacional.
O contrato, avaliado em 29 mil milhões de coroas dinamarquesas (aproximadamente 3,88 mil milhões de euros), surge como parte de uma resposta estratégica ao aumento das ameaças e instabilidade na região do Ártico e do Atlântico Norte.
“Chegámos a um acordo político para adquirir 16 caças F-35 adicionais, de forma a garantir uma capacidade operacional acrescida no futuro”, declarou o ministro em conferência de imprensa. A decisão surge apenas duas semanas após terem sido detetados drones não identificados a sobrevoar território dinamarquês, episódio que acentuou preocupações quanto à vulnerabilidade do espaço aéreo do país.
O chefe do Estado-Maior Conjunto, Michael Hyldgaard, sublinhou a importância da decisão para a segurança nacional e para o compromisso da Dinamarca no seio da NATO: “Com a aquisição adicional de caças F-35, a nossa capacidade de combate fica significativamente reforçada, contribuindo diretamente para a dissuasão e para a defesa coletiva da Aliança.”
Além dos caças, Copenhaga vai investir cerca de 2,1 mil milhões de coroas (281 milhões de euros) na aquisição de equipamento específico para combate a incursões de drones, uma medida que pretende colmatar lacunas de resposta a ameaças aéreas não convencionais.
Num movimento estratégico mais amplo, o governo dinamarquês anunciou também um plano de investimento no valor de 27,4 mil milhões de coroas (3,66 mil milhões de euros) destinado à presença militar no Ártico e no Atlântico Norte — zonas consideradas de importância geopolítica crescente, tanto para a Dinamarca como para os seus aliados ocidentais.
O ministro da Defesa justificou esta decisão com a necessidade de garantir estabilidade na região polar. “O que estamos a fazer agora é assegurar que o Ártico continua a ser uma área de baixa tensão, mas é evidente que há tensões crescentes, nomeadamente devido à forma como a Rússia encara o Ártico”, referiu Troels Lund Poulsen.
Este pacote de reforço militar é visto por vários analistas como um sinal claro de que a Dinamarca pretende assumir um papel mais ativo na defesa regional e no controlo estratégico do Ártico — especialmente num momento em que os Estados Unidos têm demonstrado crescente interesse na Gronelândia, gerando fricções diplomáticas com Copenhaga.
O anúncio marca um dos maiores investimentos militares da Dinamarca nas últimas décadas e representa uma viragem no seu posicionamento de segurança e defesa num cenário internacional cada vez mais imprevisível.