Diretora Clínica da ULS Amadora-Sintra abandona funções alegando razões pessoais. Administração inicia processo urgente de substituição enquanto hospital enfrenta tempos de espera críticos nas urgências.
A diretora clínica da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra para a área hospitalar, Dra. Diana Sousa Mendes, apresentou a sua demissão, invocando “motivos de natureza pessoal”. A decisão foi confirmada esta terça-feira pela administração da unidade, que comunicou formalmente a saída às chefias internas.
A médica, que assumiu o cargo em março deste ano, fazia parte do atual conselho de administração liderado por Carlos Sá. Ocupava o posto de vogal executiva com responsabilidades diretas sobre a direção clínica hospitalar. De acordo com uma nota interna a que a Agência Lusa teve acesso, a decisão de cessar funções foi tomada por iniciativa da própria profissional, tendo a administração aceite e compreendido os fundamentos apresentados.
Apesar do pedido de demissão, Diana Sousa Mendes manter-se-á em funções temporariamente, até à conclusão do processo de substituição. A administração da ULS garantiu que este processo será iniciado de imediato, procurando assegurar “a maior celeridade possível” na transição de responsabilidades.
No mesmo comunicado, o conselho de administração apelou à colaboração e empenho de todos os profissionais da unidade, com o objetivo de manter a normalidade da atividade hospitalar durante este período de mudança.
A saída da diretora clínica ocorre num momento delicado para o Hospital Amadora-Sintra, um dos principais polos da ULS, que nos últimos dias tem registado tempos de espera alarmantes nas urgências. Chegaram a ser reportadas esperas superiores a 15 horas para doentes classificados com pulseira amarela (urgência), situação provocada por um aumento significativo da procura.
A ULS Amadora-Sintra, que inclui o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), o novo Hospital de Sintra e várias unidades de cuidados de saúde primários dos concelhos da Amadora e Sintra, serve atualmente uma população estimada em 600 mil pessoas.
Este novo desenvolvimento junta-se a um cenário já pressionado pela elevada afluência de utentes, falta de profissionais e tensão acumulada no sistema de saúde da região. A escolha do próximo responsável clínico hospitalar será decisiva para garantir a estabilidade da resposta assistencial e a recuperação do normal funcionamento dos serviços.
