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Economias de Portugal e Espanha Destacam-se na Europa, Impulsionadas por Turismo e Imigração

Portugal e Espanha apresentam-se como as economias mais dinâmicas da União Europeia, destacando-se pelo crescimento robusto no último trimestre de 2024. Este desempenho superior à média europeia tem sido sustentado por uma combinação de fatores, nomeadamente o turismo, a imigração e a redução dos custos energéticos, que se espera continuem a impulsionar as economias ibéricas em 2025.

Os dados mais recentes do Eurostat revelam que, no quarto trimestre de 2024, Portugal registou o terceiro maior crescimento homólogo do PIB na zona euro, com uma variação de 2,7%, atrás da Lituânia e de Espanha, que cresceram 3,6% e 3,5%, respetivamente. Em termos trimestrais, Portugal teve o maior aumento, com 1,5%, enquanto a Espanha ficou em terceiro lugar com 0,8%. Estes resultados contrastam com os da Alemanha e Áustria, cujas economias contraíram 0,2% em termos homólogos.

Em conjunto, Portugal e Espanha foram responsáveis por cerca de 50% do crescimento do PIB da zona euro no último trimestre de 2024, destacando-se como motores económicos da região, segundo analistas da JP Morgan. As previsões apontam para a continuação deste desempenho positivo em 2025, com economistas da Oxford Economics a anteverem que ambas as economias ibéricas seguirão uma trajetória de crescimento sólido, mesmo numa zona euro que enfrenta desafios mais graves.

O crescimento económico de Portugal e Espanha está a ser impulsionado por fatores estruturais comuns, como a orientação dos seus mercados para os serviços, a forte expansão dos setores do turismo e o impacto positivo da imigração. Este último tem contribuído para o aumento da população ativa, essencial para sustentar o crescimento económico e os serviços, especialmente os de menor valor acrescentado. De acordo com Filipe Grilo, especialista em Economia da Porto Business School, os custos energéticos mais baixos e a estrutura económica focada nos serviços são fatores que também explicam a superioridade do crescimento destas economias em comparação com outras da zona euro.

Além disso, o consumo privado tem sido um motor essencial para o desempenho das economias portuguesa e espanhola. O turismo voltou a ser um pilar fundamental, com ambos os países a beneficiaram de uma forte procura por parte dos turistas, o que se reflete em crescimentos constantes no setor. Ricardo Ferraz, professor no ISEG e na Universidade Lusófona, destaca que o consumo das famílias, aliando-se ao turismo, continuará a ser uma alavanca importante para o crescimento das economias ibéricas nos próximos anos.

Embora as perspetivas sejam positivas, os economistas alertam para alguns desafios a longo prazo. Apesar do bom desempenho, Portugal e Espanha ainda enfrentam dificuldades estruturais, como a prevalência de empregos de baixo valor acrescentado e a produtividade relativamente baixa. Estes fatores poderão limitar o crescimento sustentável e a convergência dos níveis de rendimento com os países mais desenvolvidos da zona euro.

Por fim, Filipe Grilo admite que o impacto do crescimento de Portugal no resto da zona euro será limitado, já que a cadeia de valor dos setores que mais crescem nestes países não está profundamente interligada com as economias do norte e centro da Europa. No entanto, um possível efeito político poderá surgir caso a diferença de preços da eletricidade entre a Península Ibérica e o restante da Europa se mantenha, o que poderá gerar pressão para que a França permita o acesso à energia gerada em Portugal e Espanha.

Assim, o futuro económico de Portugal e Espanha parece promissor, embora a necessidade de aprofundar as reformas estruturais e melhorar a produtividade se mantenha um desafio crucial para assegurar um crescimento sustentável e duradouro.

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