A EDP registou um crescimento de 12% na produção de eletricidade no primeiro semestre de 2025, atingindo um total de 34,6 TWh, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa destaca o papel determinante da energia hídrica neste aumento, que beneficiou de condições meteorológicas excecionalmente favoráveis.
As energias renováveis representaram 90% da produção total da elétrica, com crescimentos de 13% nas componentes eólica e solar. A produção hídrica no mercado ibérico atingiu os 7,3 TWh, superando em 1,9 TWh as previsões, graças a um volume de recursos hídricos 41% acima da média histórica, contrastando com os 33% verificados no primeiro semestre de 2024.
Segundo a EDP, os níveis dos reservatórios iniciaram o ano com 59%, valor em linha com a média, mas subiram para 87% no final de junho, bem acima dos 70% típicos do período. Esta evolução resulta de uma pluviosidade elevada no início do ano, o que garantiu reservas confortáveis para os meses mais secos do verão.
Também a produção hídrica por bombagem registou um crescimento de 13% face ao período homólogo, atingindo 1,1 TWh. Este aumento ficou a dever-se à volatilidade dos preços horários no mercado ibérico e à crescente procura por energia flexível e serviços complementares.
No entanto, o semestre não ficou isento de contratempos. A interrupção do fornecimento de eletricidade verificada a 28 de abril na Península Ibérica, devido a restrições na capacidade de interligações entre Portugal e Espanha, teve impacto na operação da empresa. A produção térmica aumentou 2,7 TWh, sobretudo através de ciclos combinados a gás (CCGT), para colmatar as falhas e garantir a segurança do abastecimento. Esta alteração forçada no mix energético implicou um impacto financeiro negativo, embora considerado marginal pela EDP.
A situação foi normalizada a partir de 20 de junho, altura em que as condições de interligação foram restabelecidas. Ainda assim, a empresa reforçou a aposta em fontes de energia flexível para reforçar a resiliência do sistema elétrico.
Nos últimos 12 meses, a EDP adicionou 3,5 GW de nova capacidade eólica e solar — 3,4 GW via EDPR e o restante através de solar distribuído na Europa e no Brasil. A capacidade instalada eólica e solar atingiu, em junho de 2025, os 20,2 GW, representando um aumento de 18% em comparação com o mesmo período do ano anterior. A empresa tem atualmente 2,3 GW em construção e prevê adicionar cerca de 2 GW até ao final do ano.
A produção eólica e solar totalizou 22 TWh no semestre, mais 13% face ao período homólogo, sustentada pela expansão da capacidade solar, especialmente na América do Norte. Contudo, a produção eólica isolada recuou 1%, penalizada por ventos abaixo da média e transações de rotação de ativos na Europa.
Na área da distribuição, o Brasil registou um aumento de 2% no volume de eletricidade fornecida, acompanhando o crescimento do número de clientes. Na Península Ibérica, a distribuição elétrica aumentou 3% em termos homólogos, com um acréscimo de 1% nos clientes ligados à rede.
Em termos financeiros, a dívida líquida da EDP refletiu o pagamento de dividendos no valor de 0,20 euros por ação, relativo ao exercício de 2024, efetuado a 6 de maio.
A EDP divulgará os resultados financeiros do primeiro semestre no próximo dia 31 de julho.