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Eleição Presidencial nos EUA: Trump e Kamala Harris Disputam em um Clima de Tensão e Desconfiança na Democracia

Mais de 80 milhões de americanos já votaram antecipadamente, enquanto cresce a preocupação com a integridade democrática do país

A eleição presidencial nos Estados Unidos, realizada nesta terça-feira, dia 5 de novembro, promete ser uma das mais disputadas e tensas da história recente. Com mais de 80 milhões de eleitores participando antecipadamente, o embate entre Donald Trump, ex-presidente republicano, e Kamala Harris, atual vice-presidente e candidata democrata, acentua a polarização e o ceticismo em torno da democracia norte-americana.

Democracia Sob Ameaça: 73% dos Eleitores Preocupados

Uma pesquisa divulgada pela agência Reuters, realizada pela Edison Research, mostrou que 73% dos eleitores norte-americanos acreditam que a democracia do país está “sob ameaça”. Esse sentimento reflete as tensões dos últimos anos, desde a gestão de Donald Trump e o conturbado processo eleitoral de 2020 até os desafios enfrentados por Joe Biden, marcado pela turbulência política e social que permeou sua presidência.

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Trump “Confiante”, Harris “Esperançosa”: Campanhas Emocionadas e Intensas

Donald Trump votou na Flórida e declarou sentir-se “muito confiante” em uma vitória. Em uma de suas redes sociais, o ex-presidente chegou a mencionar “rumores de fraudes em massa” na Filadélfia, gerando preocupações sobre potenciais desafios à legitimidade do processo, algo que se repetiu em 2020 e levou à invasão do Capitólio em janeiro de 2021.

Já Kamala Harris, que poderá se tornar a primeira mulher, a primeira pessoa negra e a primeira ásio-americana a ocupar a Casa Branca, declarou que encerra o dia com “otimismo, energia e alegria”. Ao longo da campanha, Harris destacou temas como igualdade racial e justiça social, buscando mobilizar a diversidade do eleitorado americano e conquistar os estados indecisos.

Os Swing States: Decisão nas Mãos de Sete Estados

A disputa encontra-se particularmente acirrada nos sete swing states (estados “flutuantes”): Geórgia, Carolina do Norte, Arizona, Wisconsin, Pensilvânia, Michigan e Nevada. As sondagens indicam uma diferença de menos de um ponto percentual entre os candidatos em muitos desses estados, sugerindo que o resultado pode demorar dias para ser concluído.

Colégio Eleitoral: Entenda o Sistema de Eleição Indireta

Diferente do modelo de voto direto, o presidente dos EUA é eleito pelo Colégio Eleitoral, composto por 538 delegados que representam os 50 estados do país. Para vencer, um candidato precisa de 270 votos. O sistema winner takes all, aplicado em 48 dos estados, significa que o candidato vencedor de um estado conquista todos os seus votos no Colégio Eleitoral, com exceção de Maine e Nebraska, onde os votos são divididos proporcionalmente.

Esse sistema pode levar a cenários controversos, como em 2016, quando Hillary Clinton venceu no voto popular, mas Donald Trump assegurou a presidência pelo Colégio Eleitoral. Em 2024, a incerteza sobre o resultado final está levando observadores e analistas a preverem uma possível recontagem dos votos em alguns estados.

Clima de Tensão nas Urnas e Questões de Segurança

As preocupações com segurança também se intensificaram. No Capitólio, por exemplo, um homem foi preso enquanto tentava entrar com um sinalizador e “cheirando a combustível”, de acordo com informações da polícia local. Além disso, alguns estados republicanos estão a tentar barrar observadores eleitorais em locais de votação, situação que vem gerando protestos e acusações de obstrução.

Mudanças no Congresso e Outras Decisões Importantes

Além da presidência, os eleitores americanos decidirão a composição do Congresso e os governadores de onze estados. A Câmara dos Representantes, onde os republicanos têm uma ligeira vantagem, está completamente em disputa, enquanto o Senado, atualmente controlado pelos democratas, verá 34 dos seus 100 assentos renovados. Governadores de estados como Delaware, Indiana, Missouri e Montana também serão eleitos.

Várias iniciativas estaduais também estão em votação, incluindo temas polêmicos como a legalização da cannabis e o direito ao aborto em estados como Arizona, Colorado e Flórida. Esses temas refletem as profundas divisões sociais e culturais que atravessam o país.

Quando Saberemos o Resultado?

Dadas as disputas acirradas e o grande número de votos antecipados, a previsão é que o resultado final possa demorar dias, caso seja necessária a recontagem dos votos em estados-chave. Em casos extremos, a eleição poderá até chegar ao Supremo Tribunal dos EUA, que já desempenhou um papel decisivo na eleição de 2000 entre Al Gore e George W. Bush.

Se tudo seguir o cronograma, o presidente eleito deverá ser formalmente confirmado pelo Colégio Eleitoral em 17 de dezembro e, posteriormente, pela sessão conjunta do Congresso em 6 de janeiro de 2025. No entanto, em caso de disputas prolongadas, existe a possibilidade de uma decisão parlamentar, onde a Câmara dos Representantes poderia escolher o presidente interino.

Expectativas e Incertezas

A eleição de 2024 destaca-se como um marco na política americana. A escolha entre Trump e Harris pode definir o rumo do país, especialmente em relação à política interna e à estabilidade democrática. Com a alta participação e o intenso envolvimento de todos os setores, a nação se encontra à beira de uma decisão que poderá influenciar não apenas os próximos quatro anos, mas também a visão que os americanos têm de si mesmos e da sua democracia.

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