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Eleições na RDC sob manto de suspensão dos congolenses  

A República Democrática do Congo (RDC) foi a voto ontem,  quarta-feira, 20 de Dezembro, com 24 candidatos concorrem às eleições presidenciais, que também vão eleger os deputados aos círculos nacional e provincial

Eleições na RDC sob manto de suspensão dos congolenses
FOTO: Justin Makangara/ Reuters – Um dos candidatos – Denis Mukwege, o vencedor do prémio Nobel da Paz de 2018

Entretanto, mais de 44 milhões, dos cerca de 110 milhões de congoleses, estão inscritos para escolher o futuro sucessor do Presidente cessante, Felix Tshisekedi, de 60 anos, que também concorre a sua sucessão.

A campanha para as eleições presidenciais de quarta-feira, 20 de dezembro terminou na noite desta segunda-feira, na República Democrática do Congo.

A missão angolana, que integra a Missão de Observação Eleitoral na República Democrática do Congo, garantiu que as eleições na RDC tiveram mesmo lugar na quarta-feira, apesar de alguma tensão política, a campanha dos partidos políticos decorreu num clima ordeiro.

Djamila de Almeida, parlamentar angolana, espera que sejam cumpridos todos os protocolos eleitorais, para que não se belisque o processo que, de resto, vai “empurrar” mais de 40 milhões de congoleses às urnas.

“Há certa tensão que é normal nesta altura eleições, mas temos acompanhado e esperamos que, realmente, sejam cumpridos os protocolos sobre a democracia e boa governação”, disse à deputada.

“A nossa missão tem-se desdobrado, ao mesmo tempo, e acompanhado à actividade política, económica e social, sobretudo aqui na capital, Kinshasa. Nota-se a uma campanha frenética e na cidade de Kinshasa há uma campanha, o que dá garantia de que as eleições terão, efectivamente, lugar”, augurou Sérgio Vaz, um outro parlamentar angolano.

Cinco principais candidatos                                     

 Félix Tshisekedi                                                                  

Félix Tshisekedi, 60 anos, tornou-se presidente há cinco anos, após uma eleição controversa que outro adversário, Martin Fayulu, afirma ter vencido. Ele é o líder da União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS), que também foi o partido de seu pai, o opositor histórico Etienne Tshisekedi, falecido em 2017.

Ao chegar ao poder, Félix, conhecido como “Fatshi”, melhorou a sua imagem no exterior, rompendo com o isolacionismo do seu antecessor Joseph Kabila. Prometeu também melhorar a vida dos congoleses, combater a corrupção e fazer tudo para trazer a paz ao leste do país. Não atingiu os seus objectivos, reconhecendo que ainda há muito a fazer, mas é o favorito contra uma oposição que, salvo reviravoltas, se apresenta dividida nas eleições de turno único.

Moisés Katumbi

Moïse Katumbi, 58 anos, é um rico empresário, chefe do renomado clube de futebol de Lubumbashi (sudeste), Tout Puissant Mazembe, e ex-governador (2007-2015) da província mineira de Katanga, coração económico do país, onde nasceu. O seu pai era italiano, o que o tornou um alvo preferencial dos arautos da “Congolidade”, cujo líder também tentou invalidar a sua candidatura.

Líder do partido “Juntos pela República”, destaca os seus sucessos empresariais e o seu historial em Katanga, com construção de estradas, escolas e desenvolvimento da agricultura, para afirmar que saberá gerir o país.

Martin Fayulu

Martin Fayulu, 66 anos (67 em 21 de Novembro), é o líder do partido Ecidé (Compromisso com a Cidadania e o Desenvolvimento). Este ex-executivo de uma grande empresa petrolífera “quer vingança”. Durante cinco anos, os seus apoiantes referiram-se a ele como “o presidente eleito”, pois segundo eles a vitória lhe foi roubada nas eleições de 2018. Afirmando mais uma vez a sua convicção de que os dados estarão carregados para o próximo mês de Dezembro, manteve durante algum tempo o suspense sobre a sua candidatura, que finalmente confirmou no dia 30 de Setembro.

Denis Mukwege

Denis Mukwege, 68 anos, ginecologista, vencedor do Prémio Nobel da Paz em 2018 pelo seu trabalho com mulheres violadas, é um crítico de longa data do poder e continua a exigir justiça para as vítimas da violência armada no seu país.

“O homem que repara mulheres”, apelido herdado de um documentário que lhe foi dedicado, não tem base política e demorou a ser lançado. Finalmente anunciou no dia 02 de Outubro que seria candidato, denunciando “as práticas corruptas e predatórias” que mantêm a maioria dos congoleses na pobreza. Filho de um pastor pentecostal, é natural de Kivu do Sul (leste), onde dirige um hospital.

Adolphe Muzito

Adolphe Muzito, 66 anos, é ex-primeiro-ministro (2008-2012) de Joseph Kabila, também ex-ministro do Orçamento e ex-inspector das Finanças, líder do partido “Nouvel Elan”, ex-aliado de Martin Fayulu na coligação Lamuka.

Delly Sesanga

Delly Sesanga, 53 anos, advogado, deputado de Luiza (Kasaï central) e líder do partido Envol (Junto de voluntários para o desenvolvimento da RDC), apoiou a candidatura de Félix Tshisekedi em 2018, de quem se tornou um crítico virulento, denunciando “sua incapacidade de restaurar o país” e suas “promessas quebradas”.

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Francisco Paulo
Francisco Paulo
Jornalista desde 2009, começando a carreira jornalística no extinto semanário “O Desperte”. Passando por diferentes redações em Angola, como a Rádio Despertar, TV Palanca (PTV), Semanários Angolense, A Capital e O Crime.

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