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Elite económica portuguesa é das menos ricas, tem poucas mulheres e quase nenhum impacto global

Um estudo internacional publicado na British Journal of Sociology revelou que a elite económica portuguesa se distingue por ser pouco rica, quase exclusivamente masculina e de escassa influência fora do país. A investigação, conduzida com participação do Iscte, analisou as elites de 16 países que representam mais de metade da riqueza global.

A elite nacional, composta por apenas 74 pessoas, é maioritariamente masculina, urbana e com formação em Gestão. “Há 12 homens por cada mulher no topo das grandes empresas privadas e públicas, das fortunas nacionais e das entidades reguladoras em Portugal”, concluiu o estudo. Apenas três mulheres figuram entre as fortunas e lideranças empresariais – Fernanda Amorim, Paula Amorim e Cláudia Azevedo – representando 5,5% deste grupo.

O estudo refere ainda que Portugal tem uma elite “muito profissionalizada”, mas com uma presença diminuta nos grandes fóruns internacionais, como Davos ou o grupo de Bilderberg. Segundo Nuno Nunes, investigador do Iscte e coautor do estudo, “a elite portuguesa não é particularmente rica, nem detém visibilidade em palcos globais”.

Mais de metade dos membros da elite estudou Gestão, com Direito a surgir como única exceção fora das áreas de negócios. Nenhum membro declarou formação em Humanidades. Apenas 9% nasceu no estrangeiro, enquanto 44% nasceu em Lisboa e 70% em grandes centros urbanos.

As mulheres presentes nos cargos de regulação económica representam 27%, enquanto nos ministérios com pastas económicas, só uma mulher ocupava funções executivas à data do estudo: Ana Mendes Godinho.

A elite portuguesa está entre as mais jovens dos países estudados, mas as poucas mulheres identificadas são consideravelmente mais novas do que os homens. Portugal é ainda o país com menor percentagem de membros da elite nascidos em meio rural (15%) e com menos elementos estrangeiros (9%).

O país situa-se a meio da tabela no que diz respeito à percentagem de doutorados (9%), bastante abaixo de países como a Alemanha (36%) ou os Estados Unidos (21%).

A investigadora Maria do Carmo Botelho, do Iscte, sublinhou que as elites continuam a reproduzir-se social e economicamente. “A formação académica é um critério essencial de acesso, mas o tipo de formação e o seu prestígio variam entre países”, afirmou.

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