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Em Abril «Greves» Mil

Em «Abril águas mil», mas, este ano, este adagio popular pode ser alterado para «Abril greves mil». De facto, para este mês, estão previstas várias paralisações, sobretudo no setor dos transportes, na saúde e na educação, o que, segundo o economista Luís Aguiar-Conraria, em declarações à SIC, avisa para o impacto que estas greves podem ter na economia e sobre as possíveis soluções, visto que, sublinhou, “a inflação veio para ficar”.

Em Abril «Greves» Mil
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Na CP – Comboios de Portugal, a paralisação ao tempo extraordinário vai durar até ao fim do mês, sendo esperadas perturbações sobretudo nos comboios urbanos e suburbanos. Esta sexta-feira, foram suprimidas 114 ligações de 712 previstas. Mas também na Carris, há uma greve parcial prevista para toda a semana.

Na Justiça, os funcionários judiciais, em luta desde fevereiro, só devem retomar o normal funcionamento a meio deste mês. Por causa da greve, já foram adiadas mais de 20 mil diligências.

Também na Saúde e Educação, há greves agendadas.


Sector ferroviário

São sete os sindicatos deste sector que iniciaram, terça-feira, 4 de Abril, uma nova vaga de greves. No dia 4, os comboios pararam entre as 10h e as 11h da manhã. As paralisações, que serão intermitentes, abrangem a Infraestruturas de Portugal (IP) e a Comboios de Portugal (CP) e duram até ao final de abril. No dia seis do mês de abril aconteceu a greve de 24 horas.

Para todo o período de greves preveem-se perturbações na circulação de comboios na CP, Fertagus, Medway e Takargo. Ficam também comprometidas a “conservação e manutenção das vias-férreas e das vias rodoviárias, bem como a manutenção dos comboios e toda a operacionalidade das empresas referidas”, lia-se num comunicado da plataforma sindical.

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O Sindicato dos Maquinistas também apelou à greve, entre 01 e 30 de abril. Exige aumentos salariais, melhoria das condições de trabalho e segurança, a “implementação de um efetivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes” e “reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas”, entre outras coisas.

Estas greves terão impacto em todo o país. Em dezembro passado, uma greve de 24 horas, cumprindo os serviços mínimos, levou à supressão de mais de 700 ligações ferroviárias das cerca de 1000 que deveriam ter sido efetuadas.


Greve na Justiça

A paralisação convocada pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça está a parar vários tribunais e levou mesmo a uma reação por parte da Ordem dos Advogados, que se sente prejudicada. A greve começou em julho do ano passado e acontece agora, desde 10 de janeiro, e por tempo indeterminado, todos os dias entre as 13h30 e as 24h00. A esta paralisação juntou-se, a 16 de março e por um período de cerca de um mês, a dos Funcionários Judiciais.

Mais de 21 mil julgamentos já foram adiados, o grande Porto é a região mais afetada, o que levou a Direção-Geral da Administração da Justiça a decretar serviços mínimos. Os oficiais de Justiça defendem a Reforma da Justiça e escreviam, numa carta enviada à Ordem dos Advogados no ano passado, ser “forçados a parar” para “repensar, para denunciar a situação, para garantir condições de trabalho. Para garantir uma Justiça justa… para todos!”.

Já o Sindicato dos Funcionários Judiciais quer, entre outras coisas, o descongelamento das carreiras e a revisão da tabela salarial. Foi pedido o parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-geral da República sobre a ilegalidade desta ação. O referido órgão concluiu que ela é ilegal e pode levar a sanções disciplinares contra os profissionais.

Professores continuam em greve

Em Outubro de 2022, os professores portugueses iniciaram um movimento de reivindicações com greves convocadas por nove sindicatos.

No dia 4 de Abril começou mais uma greve, às horas extraordinárias, que vai afetar as avaliações finais. Os professores também farão greve na última hora do seu tempo de trabalho diário.

Entre 17 de abril e 12 de Maio far-se-á greve por distritos. Para 06 de Junho está prevista nova paralisação e uma Manifestação Nacional do Professores.

Os sindicatos exigem, e entre outras coisas, que “o número de horas letivas a que o docente está obrigado seja, efetivamente, respeitado e que o horário semanal dos docentes seja, de facto, de 35 horas e não mais”, como se lê na página na internet da Federação Nacional dos Professores (FENPROF).

Saúde também pára

Já na saúde, os trabalhadores do Hospital Amadora-Sintra, com exceção do pessoal médico, vão realizar uma nova greve entre 18 e 21 de abril a “toda a jornada de trabalho”, anunciou o sindicato da Administração Pública (Sintap).

Esta paralisação é a terceira convocada para o Hospital Fernando Fonseca, depois da greve dos trabalhadores administrativos convocada para o período de 10 a 21 de abril e da greve ao trabalho extraordinário de um mês, entre 5 de abril e 5 de maio, para reivindicar a aplicação das valorizações remuneratórias.

O Sintap anunciou, em comunicado, que “não resta outro caminho” para os trabalhadores, depois de realizadas várias reuniões com a administração do hospital, “que não alcançaram os resultados legitimamente esperados”.

Ainda na sector da saúde, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) anunciou que vão entrarão em greve a partir da meia-noite de dia 16 para 17 de abril. Trata-se de uma paralisação “por tempo indeterminado” e abrange apenas horas extraordinárias, adianta a agência Lusa.

Os profissionais acrescentam que quaisquer “ocorrências multivítimas” ou catástrofes naturais estão excluídas do pré-aviso. Nestas situações, “os trabalhadores estarão sempre disponíveis para acorrer às necessidades que se imponham”, mesmo que seja depois do seu horário laboral.

A greve vai incluir todos os técnicos de emergência pré-hospitalar do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O STEPH relembra que continuam a ser subtraídas horas efetivas de trabalho aos funcionários, causando “saldos de horas negativas que de alguma forma são reais”. “Estas ilegalidades levaram já a diversas queixas ao Ministério da Saúde bem como à Inspeção Geral das Atividades em Saúde sem que, até ao momento, sejam conhecidas quaisquer diligências”, apontam.

 

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