A embarcação Adara, onde segue a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, foi intercetada por navios israelitas, quando integrava a Flotilha Global Sumud, missão humanitária com destino a Gaza. O episódio ocorreu cerca de 160 quilómetros da costa, e terá envolvido o uso de canhões de água contra os ativistas a bordo
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Pouco antes, Mortágua transmitiu em direto através da rede social Instagram, relatando a aproximação de embarcações militares israelitas. Durante a transmissão, interrompida subitamente, a deputada portuguesa afirmou que os militares pediram para falar com o capitão do barco, momento em que todos a bordo levantaram as mãos.
Veja aqui a transmissão de Mortágua
Segundo a própria, a flotilha — composta por cerca de 40 barcos — vinha sendo seguida por mais de 20 navios identificados no radar, sem luzes acesas, entre eles navios de guerra israelitas.
O incidente com o Adara foi antecedido pela interceção do navio Alma, onde segue a ativista sueca Greta Thunberg, que terá sido invadido e isolado da restante frota. Imagens transmitidas pela página oficial da flotilha mostraram inicialmente os ativistas reunidos no convés, mas minutos depois já não havia ninguém visível no local.
A organização Global Sumud Flotilla denunciou no Instagram que “várias embarcações estão a ser ilegalmente intercetadas” e que câmaras instaladas a bordo foram desligadas após a entrada de militares israelitas. “Estamos ativamente a trabalhar para confirmar a segurança e o estado de todos os ativistas a bordo”, acrescentaram.
A flotilha, integrada por ativistas internacionais e organizações civis, partiu com o objetivo de entregar ajuda humanitária em Gaza, bloqueada por Israel desde o início da guerra contra o Hamas. Até ao momento, não há informações oficiais do governo israelita sobre a operação nem sobre o paradeiro dos ativistas detidos.
URGENTE: Mariana Mortágua e Sofia Aparício presas. Israel assaltou a “flotilha”
A embarcação onde seguia a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, foi interceptada ao início da noite de Terça-feira por navios da Marinha israelita, quando integrava a flotilha internacional que transportava ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza.

Num directo transmitido através da rede social Instagram, pelas 19h45 em Lisboa, Mariana Mortágua afirmou que a embarcação estava a ser abordada por navios de guerra israelitas. Poucos minutos depois, a transmissão terminou após as autoridades exigirem falar com o capitão do navio.
Flotilha denuncia intercepção «ilegal»
A organização Flotilha Global Sumud, promotora da missão, confirmou a intercepção pelas 19h43, também no Instagram. Em comunicado, acusou as forças israelitas de actuarem «ilegalmente» em águas internacionais e de terem cortado as comunicações das embarcações. «Estamos a trabalhar para confirmar a segurança e o estado de todos os activistas a bordo», referiu a estrutura.
Entre os passageiros encontravam-se cidadãos de vários países, incluindo Portugal. Além de Mortágua, integrava a missão a activista Sofia Aparício. A irmã da dirigente bloquista confirmou, entretanto, que ambas foram detidas pelas forças israelitas.
Marinha israelita impõe mudança de rota
Fontes ligadas à defesa em Telavive indicaram às agências internacionais Reuters e Associated Press que a flotilha foi interceptada «por razões de segurança», alegando risco de entrada de material proibido em Gaza. Os militares terão ordenado aos barcos que alterassem a rota e se dirigissem para o porto israelita de Asdod.
O Governo israelita não respondeu ainda oficialmente às acusações de ilegalidade levantadas pelos organizadores.
Contexto da missão humanitária
A flotilha partiu no final da semana passada do Mediterrâneo oriental, com destino à Faixa de Gaza, e levava medicamentos, alimentos e outros bens essenciais, segundo os promotores. A iniciativa foi anunciada como um gesto de solidariedade internacional para com a população civil, sob bloqueio há mais de 17 anos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português acompanha a situação «com grande atenção» e disse estar em contacto com as autoridades israelitas. Não foi, até ao fecho desta edição, confirmada a localização exacta das duas cidadãs portuguesas.
Reacções em Portugal
Em Lisboa, o Bloco de Esquerda condenou a intercepção e exigiu a libertação imediata de Mariana Mortágua e Sofia Aparício. «Trata-se de uma acção inaceitável contra uma missão pacífica que apenas levava ajuda humanitária», declarou a direcção do partido em comunicado.
A associação SOS Gaza, que reuniu parte do apoio logístico em Portugal, também apelou ao Governo português para interceder «de forma urgente» junto das autoridades israelitas.
A situação está em desenvolvimento e continua a ser acompanhada por agências internacionais e fontes oficiais portuguesas.
(Actualização às 21:05)