O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, gerou controvérsia ao afirmar que os “verdadeiros portugueses” estão em França, Desmentiu-se mas a frase foi confirmada pela agência Lusa, suscitando violentas crítica.
Em visita oficial ao Festival do Emigrante em Herblay, França, a vinte e nove de Junho de dois mil e vinte e cinco, Emídio Sousa afirmou que “é aqui que estão verdadeiramente os portugueses”. Esta declaração, noticiada pela Lusa, desencadeou críticas por supostamente menosprezar os residentes em Portugal.
Contudo, o governante veio a desmentir ter profetizado tal frase. A Lusa, com base numa gravação do evento, reafirmou a veracidade das afirmações, intensificando o debate sobre a sua intenção.
Reacções e tensões emergentes
Portanto, a controvérsia acentuou tensões entre a diáspora e os cidadãos em território nacional. Questiona-se se o Secretário de Estado privilegia emigrantes em detrimento daqueles que vivem em Portugal, remetendo para questões de representação política e sensibilidade institucional.
Assim, grupos em regiões como a Nazaré e Ponte de Lima manifestaram-se em fóruns online, com cidadãos a julgar que o discurso “cheio de desconsideração”, enquanto outros sublinharam que “servir” os emigrantes exige proximidade cultural e apoio prático, como resolver atrasos nos consulados .
Contexto da deslocação oficial
Emídio Sousa iniciou a visita em França como primeiro acto oficial no cargo que assumiu após José Cesário, ex-Secretário de Estado das Comunidades. O governante debruçou-se sobre questões consulares e do ensino de língua portuguesa, anunciando propostas para novo regime jurídico e combate a atrasos nos atendimentos .
Na deslocação incluiu a inauguração de novas instalações em Tours e reuniões com conselheiros da comunidade, em consonância com a política governamental de valorização da diáspora, que soma entre vinte a trinta milhões de pessoas incluindo lusodescendentes.
Impacte mediático e institucional
Contudo, a frase sobre “verdadeiros portugueses” gerou repercussão nas redes sociais e chamou a atenção de meios de comunicação nacionais. Por conseguinte, partidos da oposição pediram esclarecimentos, enquanto associações de emigrantes realçaram que a afirmação, mesmo que mal articulada, sublinha a relevância da comunidade no estrangeiro.
Até ao momento, não se conhece qualquer retracção oficial nem explicação pública adicional de Emídio Sousa depois da confirmação da gravação pela Lusa.
MNE em pânico
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, tem que lidar com as polémicas do seu Secretário de Estado. Não lhe agrada. Sectores com conhecimentos no meio dizem a OREGIÕES que não se compreende como o deputado e experiente antigo secretário de Estado José Cesário não foi chamado ao Governo, apesar de provas dadas da sua competência.
As próprias comunidades destilam desilusão nas redes sociais. Emídio Sousa, apesar da sua simpatia, “não está minimamente preparado para o cargo”, desabafam importantes diplomatas que já começaram a trabalhar com o secretário de Estado, ao OREGIÕES
A afirmação de Emídio Sousa, confirmada por gravação apesar de desmentido, desencadeou uma polémica sobre prioridade governamental entre emigrantes e residentes. A reacção pública prima por discutir a sua capacidade de representar todos os portugueses, à luz da importância consular e cultural da diáspora. O debate promete estender-se às próximas iniciativas do governante em França e ao reforço da política de apoio às comunidades no estrangeiro. Com a nova lei de imigração à porta, Sousa terá que ter em atenção as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo – perto de cinco milhões de portugueses.
